CPI critica contas do Tribunal de Contas de SP

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Por Agencia Estado
Atualização:

As contas do Tribunal de Contas do Município (TCM) de São Paulo dificilmente seriam aprovadas por qualquer outro tribunal de contas. Vereadores da CPI do TCM chegaram a esta conclusão hoje, depois de ouvirem por mais de sete horas os depoimentos de dois diretores do principal Departamento de Auditoria do tribunal, o Departamento 1. ?Pelo que ouvi aqui hoje, este é um tribunal de araque?, acusou o vereador Erasmo Dias (PPB). O TCM é responsável pela aprovação de suas próprias contas. A CPI apresentou uma longa lista de irregularidades nas contas do TCM de 1992 a 1999. Marco Antônio Lira, que dirigiu o Departamento 1 de 1996 a 2000 e Moacir Marques, que assumiu o posto a partir de então, não conseguiram explicar as irregularidades. Não há um único parecer do corpo técnico em nenhuma das contas do tribunal. Em todos os processos, os auditores se limitaram a uma única observação: ?Processo está devidamente instruído?. Apenas nas contas de 1999, os auditores ampliaram a observação e alertaram: ?As instalações do almoxarifado mostram-se insalubres.? A vereadora Aldaíza Sposati (PT), que analisou as contas do TCM para a CPI, disse que todas elas ?apresentam irregularidades óbvias?. ?Em nenhuma prestação de contas é respeitada a Lei das Licitações e Lei Orgânica do Município, que obriga os órgãos públicos a discriminarem em cada compra a quantidade, o preço unitário e o preço total dos materiais adquiridos?, apontou Sposati. As contas do TCM apresentam apenas o preço total. Nas contas de 2000, por exemplo, aparece a destinação de R$ 13 mil para compra de café. ?Mais tarde, vão aparecer dezenas de adiantamentos de quase R$ 4 mil e que seriam justificados aqui na CPI também para a compra de café?, relata a vereadora. Entre as irregularidades, aparece também a contratação de funcionários pelo TCM e colocados à disposição de outros órgãos, sem prejuízos dos vencimentos. E inúmeros servidores que recebem vencimentos acima do teto municipal.

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