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Dilma cobra, mas Vale não prevê projeto de potássio para 2012

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Por SABRINA LORENZI E HUGO BACHEGA
Atualização:

Apesar de o projeto de potássio Carnalita, no Sergipe, não constar da lista de principais projetos da Vale para 2012, a presidente Dilma Rousseff espera que o empreendimento seja iniciado no ano que vem, segundo o governador do estado, Marcelo Deda. A Vale negocia com a Petrobras há pelo menos quatro meses a cessão de direitos minerários ou alguma alternativa que viabilize a exploração de potássio do tipo carnalita em local próximo a uma mina onde já explora o mineral em Sergipe. O projeto de potássio da Vale esbarra na exploração de petróleo da Petrobras, já que a região também possui o óleo. Segundo Deda, Dilma disse ter convocado uma reunião com as duas empresas para falar da importância do projeto para o país e discutir formas de avançar. Avaliado em cerca de 4 bilhões de dólares, o projeto é considerado pelo governo importante para reduzir as importações de potássio, estimadas em mais de 90 por cento do consumo. O governador disse que Dilma tem convicção de que se trata de um projeto prioritário, não só de política agrícola, mas de consolidação da política econômica. Petrobras e Vale ainda não chegaram a um acordo sobre o projeto de potássio Carnalitas no Sergipe porque negociam como tornar compatível a exploração de petróleo e de potássio existentes na mesma localidade, afirmou recentemente o diretor de Operações da Vale Fertilizantes, Marcelo Fenelon. A Petrobras é dona dos direitos de exploração no local. As reservas de potássio estão localizadas na mesma região do campo de Carmópolis, o segundo maior produtor de petróleo em terra do país. O campo de Carmópolis produz cerca de 22 mil barris por dia e só perde para o campo de Urucu, que extrai 44 mil barris por dia. PETRÓLEO E POTÁSSIO NÃO COMBINAM "Está sendo discutida a convivência da lavra de petróleo com a lavra de potássio. Convivência ou prioridade", disse Fanelon na ocasião, ao ser indagado sobre o que falta para que um acordo entre Vale e Petrobras seja realizado. Segundo uma fonte ligada ao processo, o método de exploração de potássio que a Vale pretende usar na região, de dissolução da rocha de carnalita, pode deteriorar a estrutura que mantém os depósitos de petróleo. Outra hipótese é que a extração de petróleo e potássio não pode ser realizada ao mesmo tempo por causa de possíveis explosões provocadas pelos hidrocarbonetos. PRODUÇÃO ESPERADA A Vale já tem um contrato de arrendamento com a Petrobras pelo qual produz potássio na região a partir da mina de Taquari-Vassouras. O objetivo da Vale é ampliar a produção de potássio em mais de três vezes a partir da exploração de outras minas que ficam na área da Petrobras. A Vale já explora a mina de potássio arrendada da Petrobras em Sergipe desde 1991 e produz cloreto de potássio a partir dos sais de silvinita, num volume de cerca de 700 mil toneladas anuais. Com um acordo com a Petrobras, a produção em Sergipe poderá mais que triplicar, segundo disse o presidente da Vale, Murilo Ferreira. A Vale informou que o projeto Carnalita "continua no pipeline de projetos da Vale". "Porém, como descrito no capex, só temos detalhes atualizados dos projetos já aprovados pelo Conselho de Administração", acrescentou.

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