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O mundo como ele será

Especialistas dão suas visões de futuro - e jovens dizem como acham que estarão aos 50 anos

Por davilira
Atualização:

 

Mariana Niederauer ________________

 

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Quando os jovens de hoje tiverem 50 anos, é possível que a população esteja se preparando para um novo conflito global que levará a grandes avanços tecnológicos. O PIB chinês terá superado o americano e a Índia será a terceira maior economia mundial. Do espaço, virá a fonte de energia renovável tão almejada. São alguns exercícios de futurologia, feitos a pedido do caderno Focas por especialistas de várias áreas. Os objetivos? Descobrir como estará o mundo quando os jovens de hoje chegarem aos 50 anos - e como eles se veem no futuro.

 

Trabalho. Pablo Ribeiro quer criar um fundo de investimentos sociais

 

Meio ambiente

Nas próximas décadas, o desenvolvimento de países como Brasil e Índia ampliará a demanda por energia. Será necessário buscar fontes renováveis e menos poluentes, como a solar. Mas seria impossível colocar placas de captação suficientes na Terra. George Friedman, diretor executivo da empresa de consultoria de risco geopolítico Stratfor e autor do livro Os Próximos 100 Anos, olha para o céu e aponta a solução: levá-las para o espaço. "Provavelmente estará havendo disputas e guerras entre países por algo que hoje não damos tanto valor: a água." Mateus Rocha, de 22 anos, estudante.

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Geopolítica

O século 21 pode ser palco de uma nova Guerra Fria, segundo Friedman. A principal ameaça à hegemonia americana não seria a China, mas a Rússia. A década de 2040 servirá como preparação para esse conflito, que deverá ser "menos global e assustador". Friedman crê que o poder militar e a localização privilegiada nas rotas comerciais vão garantir o destaque dos EUA. Mas isso não é consenso. A diretora do The Futures Academy, do Instituto de Tecnologia de Dublin, Ela Krawczyk, crê que o país perderá espaço para os asiáticos, em especial a China, que detém parte da dívida americana. "Não acredito na paz mundial, principalmente no Oriente Médio, onde sempre que se resolve um problema surge outro." Diêgo Cesar Iocca, de 23, biólogo.

População

No ano de 2040, o Brasil vai alcançar o pico populacional, com quase 224,5 milhões de habitantes, segundo a ONU. A partir daí, o número deve começar a cair. Nossa pirâmide de população ficará mais parecida com um retângulo e os jovens de hoje estarão na faixa que vai concentrar mais pessoas: dos 35 aos 59 anos. Os habitantes de 15 a 29 anos serão mais de 38,3 milhões e os maiores de 65 anos, quase 38,5 milhões. A taxa de fertilidade dos brasileiros, que hoje é de 1,86 filho por mulher, ficará perto de 1,5. "Estarei com uns dois filhos. Quem sabe alguns netos. Tentando levar uma vida saudável e com estabilidade."Jéssica Guimarães, de 20, estudante.

 Comportamento

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Vice-presidente do Núcleo de Estudos do Futuro da PUC-SP, Rosa Alegria acredita que o paradigma da era industrial, da família como núcleo social tradicional, vai mudar. A formação dos grupos familiares dependerá mais de aspectos psicológicos e de afinidades do que de critérios biológicos. "Existirá uma nova dimensão, a tecnológica, e uma cultura de liberdade de escolhas", afirma a professora. "Teremos um mundo que presenciará menos preconceito." Lia Lopes, de 24, consultora jurídica

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Economia

Após a crise de 2008, o quadro que os especialistas preveem para a economia mundial não parece mais tão irreal. Projeções feitas com dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) mostram que os Brics (Brasil, Rússia, Índia e China) e o México terão destaque no G-20. Esses países poderão contribuir com até 60% da expansão do PIB do grupo. Há quem aposte que o Brasil tem chances de ultrapassar Reino Unido e França, ficando com o 5º maior PIB mundial. "Provavelmente, EUA e União Europeia não terão a mesma pujança e isso terá impacto, não sei se para melhor ou para pior." Luiz Elias, de 26, advogado

Relações de trabalho

O trajeto até o trabalho ficará mais curto. Do quarto para o home office. "Não acho que as pessoas vão trabalhar menos, mas de forma mais apropriada ao estilo de vida de cada um", afirma o professor de finanças Samy Dana, da Escola de Economia da FGV. Por isso, o mercado informal ganhará força e, para manter o padrão de vida após a aposentadoria, será necessário trabalhar por mais tempo.  "Eu quero estar trabalhando com empreendedorismo social e ter um fundo de investimentos sociais." Pablo Ribeiro, de 25, empreendedor

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Tecnologia

"Vamos viver a era da informação de fato, em tudo o que faremos", diz Nelson Wortsman, diretor de Infraestrutura e Convergência Digital da Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação. Para ele, a tecnologia da nuvem - usada para armazenar e-mails, por exemplo - permitirá a globalização de todos os serviços. Dados compartilhados nesta nuvem poderão ser acessados de qualquer aparelho. Além de tablets e celulares, geladeiras e carros virão com processadores que permitirão a troca de informações.  "Acredito que haverá grande desenvolvimento tecnológico, mas vamos ter mais miséria." Valéria Reis, de 19, estudante.

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