Um desempregado manteve em casa durante cerca de dois meses o corpo da mãe, uma idosa de 83 anos, informou nesta quinta-feira, 2, a Polícia Militar em Bom Despacho, na região centro-oeste de Minas Gerais. A hipótese de homicídio foi descartada, já que o corpo não apresentava sinais de violência.
Na última segunda-feira, policiais e agentes funerários se depararam com uma cena chocante ao atenderem um chamado. Renato Ribeiro, de 47 anos, solicitou serviços funerários, informando sobre a morte da mãe, a aposentada Maria Lila Prado.
Uma viatura da PM e agentes funerários se deslocaram para a residência onde mãe e filho viviam reclusos, no distrito Engenho do Ribeiro, área rural do município. Quando lá chegaram, sentiram um forte odor vindo da casa. Como estava trancada, os PMs decidiram arrombar a porta.
Em adiantado estado de decomposição, o corpo da idosa permanecia sentado numa cadeira, na entrada do quarto da residência. "Estava praticamente só o esqueleto", contou o capitão Geraldo Elias de Araújo, comandante da companhia da PM na cidade.
Ribeiro foi levado para a delegacia de Bom Despacho, onde prestou depoimento. Ele alegou que não queria que vizinhos soubessem da morte da mãe e por isso manteve o corpo dela na casa fechada. Durante todo esse tempo, usava papel higiênico para "limpar" o corpo decomposto. O desempregado contou aos agentes funerários que para suportar o forte cheiro jogava desinfetante, água sanitária e pedras de naftalina no chão.
Aos policiais militares disse que sua mãe havia falecido no dia 3 de março, mas peritos e um médico legista constataram que a idosa teria morrido há cerca de 60 dias. A polícia entendeu que não houve crime de ocultação de cadáver. Depois de ouvido, Ribeiro foi liberado.