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Opinião|Setor de seguros usa IA para reduzir riscos e agilizar processos

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Roque de Holanda Melo, CEO da paranaense Junto Seguros - Foto: reprodução

A inteligência artificial tem ajudado o setor de seguros no Brasil na execução de processos de maneira mais rápida e assertiva, mas também no combate a fraudes, uma prática em que infelizmente o país apresenta muitos casos. Apesar de as manchetes destacarem esse problema principalmente no setor financeiro, ele se reflete em muitos outros. Diante disso, a transformação digital das seguradoras ganha ainda mais importância.

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"Usamos os sistemas de machine learning para nos auxiliarem na compilação de dados, na busca e análise de informações, de crédito e análise de subscrição", explica Roque de Holanda Melo, CEO da paranaense Junto Seguros, líder no segmento de seguro-garantia no Brasil. "Isso tem trazido um ganho operacional muito grande, sem trazer riscos que nós não gostaríamos de ter na nossa carteira."

O executivo confirma um aumento substancial de tentativas e de fraudes no mercado segurador, com alguns fraudadores exibindo alto nível de sofisticação e investimento em tecnologia. Diante desse risco, não dá para abrir mão do uso da tecnologia. "Quem estiver no mercado hoje sem automação está pensando em outra coisa para fazer ou será surpreendido", adverte o executivo.

Mas a transformação digital do setor não se resume a isso. Concorrência intensa e clientes cada vez mais exigentes impulsionam as seguradoras a fazer grandes investimentos em tecnologia.

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Não se trata apenas de abolir papel. Melo explica que a Junto foi considerada a primeira seguradora digital no país. A grande vantagem vem da coleta, tratamento e oferta de informação, que permite que todo o processo fique muito mais ágil e personalizado para as necessidades de cada cliente.

A empresa, que atua no segmento B2B, entrega uma plataforma para que os corretores tenham muito mais eficiência no seu cotidiano. Para as empresas maiores, que já possuem plataformas próprias, a Junto oferece uma API para que seus sistemas se integrem de maneira fácil.

"É muito mais do que a facilidade de emitir uma apólice em segundos, de fazer uma cotação", detalha o executivo. "É todo o valor agregado, um dashboard de informações, a consolidação de relatórios." Por conta desse projeto, no mês passado, a empresa ficou na 14ª posição no prêmio "As 100 + Inovadoras no Uso de TI", promovido pelo IT Forum, entre quase 400 inscritos.

Sobre os empregos no setor, Melo afirma que a tecnologia naturalmente impacta funções que realizam tarefas facilmente automatizadas. Para ele, os profissionais precisam se manter atentos às inovações e fazer os movimentos necessários para se adaptar a essa realidade: essas não só não perderão seu trabalho, como ainda ganharão eficiência. "Por outro lado, aqueles que se comportam como robôs serão substituídos, porque os robôs farão esse trabalho muito melhor", acrescenta.

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Para ele, tudo isso é um caminho sem volta, que beneficia seguradoras, corretores e clientes. A digitalização cresce exponencialmente, a ponto de já ocupar um lugar crítico na operação. "Começamos como uma seguradora e hoje somos uma empresa de tecnologia que vende nos seguros", conclui Melo.

 

Opinião por Paulo Silvestre

É jornalista, consultor e palestrante de customer experience, mídia, cultura e transformação digital. É professor da Universidade Mackenzie e da PUC–SP, e articulista do Estadão. Foi executivo na AOL, Editora Abril, Estadão, Saraiva e Samsung. Mestre em Tecnologias da Inteligência e Design Digital pela PUC-SP, é LinkedIn Top Voice desde 2016.

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