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Mobilização policial é praticamente inédita

Por Agencia Estado
Atualização:

Uma intensa caça a seqüestradores, seqüestrados e cativeiros tem mobilizado nas últimas semanas centenas de policiais civis e militares. Levando nas mãos mandados de prisão expedidos pela Justiça, eles percorrem favelas, examinam barracos, fiscalizam carros. Toda essa estrutura foi montada com o objetivo de encontrar o cativeiro de Washington Olivetto e de outras pessoas seqüestradas na capital. ?É um trabalho de busca que estamos fazendo há vários meses?, declarou o delegado Edson Remígio Santi, do Departamento de Investigações Sobre o Crime Organizado (Deic). Dois dias depois do seqüestro de Olivetto, por exemplo, mais de cem delegados, investigadores e agentes do Deic cercaram a Favela Heliópolis, a maior de São Paulo e a segunda maior do País, na tentativa de encontrar o possível cativeiro do publicitário. Helicópteros ficaram sobrevoando a favela durante várias horas. Barracos apontados como possíveis cativeiros foram invadidos sem que fosse encontrada nenhuma pista de Olivetto. Os policiais apreenderam armas, drogas, munição e chegaram a prenderam cinco pessoas suspeitas de pertencer a um grupo de seqüestradores e traficantes. Outras favelas foram percorridas. Bairros da zona sul da capital e Diadema também. Plano ? O elevado número de seqüestros na capital e na região do ABC, principalmente Diadema e São Bernardo do Campo, levou a Polícia Civil a elaborar uma força-tarefa para investigar e examinar os locais escolhidos pelos seqüestradores para deixar as vítimas. Os lugares preferidos pelos bandos são os bairros da zona sul da capital, de Diadema e de São Bernardo. Antes de cercar favelas ou percorrer determinado bairro para procurar criminosos e pessoas seqüestradas, a polícia faz levantamento dos pontos-de-venda de drogas e dos locais freqüentados por ladrões e traficantes. ?Quando a ação é colocada em prática, nós temos pleno conhecimento dos lugares para percorrer e invadir fica mais fácil. Dessa maneira não há como praticarmos injustiças contra os moradores?, explicou Santi. Nos últimos três meses, os policiais do Deic já estiveram em seis favelas da capital e em ruas e casas de dois bairros da zona sul na divisa com Diadema. O delegado Reinaldo Correia, seccional de Diadema, informou ter mandado no ano passado para a cadeia 30 pessoas de diversas quadrilhas de seqüestradores. As vítimas foram pequenos comerciantes, estudantes, microempresários. ?Estamos fotografando os ladrões e os traficantes que prendemos e isso tem facilitado o reconhecimento dos bandidos pelas vítimas?, declarou Correia. O objetivo da Secretaria da Segurança Pública é diminuir o número de seqüestros. ?Estamos investindo pesado, reunindo todos os meios para impedir que esse tipo de crime continue aumentando. Colocamos na cadeia mais 240 seqüestradores até dezembro?, disse o ex-secretário de Segurança Marco Vinicio.

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