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Morre o fundador dos Legionários de Cristo

CIDADE DO MÉXICO O fundador da ordem dos Legionários de Cristo, Marcial Maciel, acusado de atos de pederastia e abuso sexual contra seminaristas, morreu aos 87 anos nesta quinta-feira, após uma longa enfermidade.

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Por Ansa
Atualização:

A informação foi confirmada pela família do influente sacerdote e por fontes da organização religiosa de Maciel, fundada em 1941 e uma das congregações de maior crescimento nos últimos anos, presente em 20 países da América do Norte, do Sul, Europa e Oceania. Maciel nasceu em 1920, na cidade de Cotija, província de Michoacán (oeste do México) e era sobrinho do recentemente canonizado Rafael Guízar y Valencia, arcebispo de Xalapa (província de Veracruz), e também de Antonio Guízar y Valencia, arcebispo de Chihuahua, (na fronteira com os Estados Unidos). O sacerdote era também muito próximo do falecido papa João Paulo II. As primeiras denúncias contra o sacerdote apareceram na década de 80, acusado de abuso sexual de jovens seminaristas. Em 1994, o Vaticano recebeu os primeiros relatórios sobre as acusações, em base a testemunhos de nove ex-legionários de Cristo, número que chegou a mais de 20 jovens em 2001, obrigando a reabertura do caso. Maciel e sua ordem negaram categoricamente as acusações, mas o Vaticano se viu obrigado a investigá-lo, aconselhando-o a se retirar a "uma vida reservada de oração e penitência", em 20 de maio de 2006. Maciel chegou a dizer que essa era "uma nova cruz que Deus permitiu-me sofrer, e da qual obterei muitas graças para a congregação". Acusadores de Maciel, como o ex-sacerdote José Barba, e seus apoiadores, como o advogado canônico Antonio Roqueñí e o ex-sacerdote Alberto Athié, consideraram a sanção do Vaticano "leve". Os Legionários de Cristo são hoje um dos grupos mais conservadores da Igreja Católica, e contam com mais de 650 sacerdotes e cerca de 2.500 jovens seminaristas. A congregação é conhecida por suas instituições educativas de alto nível espalhadas pelo mundo todo, por seus "centros para a formação de catequistas e missionários" e também pelo apoio a grupos marginalizados.

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