MP-DF estuda ação por veto a emagrecedores

Anvisa proibiu na terça-feira a venda e produção de três remédios derivados de anfetamina

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Por Ligia Formenti e BRASÍLIA
Atualização:

O Ministério Público do Distrito Federal estuda ingressar com uma ação contra a proibição feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) da venda e produção de três emagrecedores derivados de anfetamina. O promotor Diaulas Costa Ribeiro disse que aguardará manifestação de especialidades médicas para tomar a decisão. "Se a agência tivesse determinado a retirada também da sibutramina, não pensaria duas vezes. Preciso saber se com esse produto no mercado pacientes terão opção de tratamento", afirmou Ribeiro. Além do Ministério Público, o Conselho Federal de Medicina (CFM) já decidiu que ingressará com ação contra a decisão, tomada anteontem após de mais de seis meses de discussão. "A agência não extrapolou sua competência, mas deixou de ouvir a comunidade médica. Nada comprova que os derivados de anfetamina são prejudiciais à saúde", disse o 1.º secretário do CFM, Desiré Callegari. Femproporex, mazindol e anfepramona terão de ser retirados do mercado em 60 dias. 

Para a Anvisa, não há estudos que comprovem a segurança dessas drogas. Na mesma reunião, diretores da agência decidiram manter no mercado a sibutramina, emagrecedor proibido em vários países, entre eles os EUA. A discussão sobre o uso da sibutramina no Brasil começou após a divulgação de um estudo realizado com 10 mil pacientes que tinham problemas cardiovasculares. O trabalho, feito em 11 países, constatou aumento de 16% nas mortes por derrame e ataques cardíacos no grupo medicado. Diante dos resultados, a Abbott, produtora do remédio de marca, retirou o medicamento do mercado em vários países, incluindo o Brasil. Callegari não quis comentar a decisão da farmacêutica.

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