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MPE vai investigar patrimônio dos von Richthofen

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Por Agencia Estado
Atualização:

O Ministério Público Estadual (MPE) decidiu investigar o patrimônio de Manfred Albert von Richthofen, de 49 anos, assassinado pela filha Suzane Louise, de 19 anos, e pelo namorado dela, em 31 de outubro. Cinco promotores da Cidadania serão responsáveis pelo inquérito civil, que será instaurado nesta sexta-feira. O suposto enriquecimento ilícito de Manfred - que era diretor de engenharia da Empresa de Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa) - foi tema de perguntas nesta quinta-feira, durante o depoimento de testemunhas de acusação do processo sobre a morte dele e da mulher, Marísia, de 50 anos. O objetivo da investigação é apurar se houve enriquecimento ilícito e se esse dinheiro foi desviado dos cofres públicos ou resultou de algum outro tipo de corrupção. Caso isso tenha ocorrido, a luta dos promotores será para fazer esses recursos serem devolvidos aos cofres públicos. Os promotores que cuidarão do inquérito são Tulio Tadeu Tavares, Sérgio Turra Sobrane, Silvio Antônio Marques e Nilo Spínola Salgado Filho. Já foram decididos os primeiros passos. Os promotores enviarão ofício à Dersa, requerendo informações sobre o valor do salário de Manfred, além de cópia das declarações de renda da vítima, cujo patrimônio era, oficialmente, de R$ 1 milhão. A promotoria vai enviar ainda ofícios a todos os cartórios para saber quantos e quais imóveis estão em nome de Manfred, Marísia, Suzane e do irmão dela, Andreas, de 15 anos. Um segundo passo será o contato com a Receita Federal e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão do Ministério da Fazenda responsável por identificar suspeitos de lavagem de dinheiro e remessa ilegal de recursos para o exterior. Manfred e Marísia foram mortos a pauladas, enquanto dormiam, por Daniel Cravinhos de Paula e Silva, de 21 anos, namorado de Suzane, e pelo irmão dele Christian, de 26. As vítimas não aceitavam o namoro da filha. Nesta quinta-feira, foram ouvidas no Fórum Criminal da Barra Funda oito testemunhas de acusação. João Carlos Simão, amigo do casal assassinado, foi o primeiro a ser indagado sobre o eventual enriquecimento ilícito de Manfred - pela defesa de Suzane. A advogada Cláudia Bernascone quis saber se ele sabia de boatos de corrupção ligados ao nome de Manfred. "Nem a posição que ocupava permitiria isso", respondeu. O promotor Roberto Tardelli tentou fazer uma pergunta sobre o assunto ao irmão de Marísia, Miguel Abdala Neto. Chegou a pronunciar as palavras "dinheiro" e "propina", mas foi interrompido pelo juiz Alberto Anderson Filho, que disse não ver relação do assunto com o assassinato. Simão traçou um perfil do patrimônio do casal. "Não ostentavam, tinham um padrão de qualidade, sem ostentação." Abdala fez a mesma descrição, classificando o patrimônio de "nada de exuberante". O pai de Daniel e Christian, Astrogildo Cravinhos de Paula e Silva, também foi ouvido. A defesa dos dois apresentou uma foto que mostra a família de Suzane e de Daniel reunida em uma confraternização. O objetivo é mostrar que o "amor" de Daniel por Suzane era verdadeiro. Também decidiram arrolar Andreas como testemunha de defesa dos irmãos. Durante os depoimentos, o juiz mandou esvaziar o plenário. A decisão surpreendeu a platéia de mais de cem pessoas. Ele se justificou, afirmando que tinha jornalistas no plenário, o que havia proibido. Os depoimentos prosseguiram, sem a platéia, a portas fechadas.

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