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Na abertura do carnaval do Recife, sai o maracatu, entra o frevo

No dia do aniversário do ritmo mais famoso de Pernambuco, folia homenageia sua história no Marco Zero da capital do Estado

Por Vitor Tavares
Atualização:

RECIFE - Com o frevo como protagonista, o carnaval do Recife teve início oficialmente nesta sexta-feira, 9. Cortejo de orquestras, passistas e o resgate da história do ritmo marcaram a noite do Marco Zero da cidade, reunindo os saudosos dos carnavais de antigamente e os novos foliões. 

Apesar de o frevo ser considerado o símbolo da folia pernambucana, nem sempre ele foi a estrela da abertura Foto: Vitor Tavares/Estadão

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Apesar de o ritmo ser considerado o símbolo da folia pernambucana, nem sempre ele foi a estrela da abertura. Há 16 anos, o encontro dos maracatus comandava a festa, sempre sob a regência do percussionista Naná Vasconcelos, que morreu em 2016. Neste ano, já que a data da abertura do carnaval coincidiu com a data de aniversário do frevo, a prefeitura resolveu a fazer mudança - alvo de críticas das nações de maracatu, que, tradicionalmente, têm menos visibilidade. O dia do maracatu no Marco Zero foi antecipado para a quinta-feira, 8.

Recife.O guarda-chuva colorido é a característica mais marcante do frevo Foto: Bruno Campos/PCR

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No palco, o tradicional grupo pernambucano Quinteto Violado foi o responsável por mostrar a história do frevo, desde a festa de rua com passos de capoeira e grandes guarda-chuvas (que mais tarde viraram as sombrinhas pequenas e coloridas que conhecemos hoje) às intervenções mais modernas dos trios elétricos e até com batidas eletrônicas.

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O show, que foi pensado para 'apresentar' o frevo, contou com representantes de diversos blocos da cidade, como os tradicionais líricos, e trouxe alguns dos grandes nomes que defendem o ritmo atualmente Foto: Vitor Tavares/Estadão

O músico Marcelo Melo, um dos integrantes e fundadores do Quinteto, defendeu a importância do frevo na abertura do carnaval. "O frevo tem um significado muito grande. Nada mais justo que no dia nacional do frevo, ele ser homenageado. Não custava nada o maracatu fazer um dia e o frevo, o outro", disse ao Estado

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O show, que foi pensado para "apresentar" o ritmo, contou com representantes de diversos blocos da cidade, como os tradicionais líricos, e trouxe alguns dos grandes nomes que defendem o frevo atualmente, como os maestros Spok e Forró. Tudo ilustrado com imagens históricas dos antigos carnavais.

O frevo animou os foliões durante a noite de abertura do carnaval do Recife Foto: Vitor Tavares/Estadão

Foi com essas imagens que alguns foliões relembraram um pouco também da própria história. Aos 80 anos, Maria José dos Santos era uma das primeiras no alambrado. Trouxe a neta, Daniele, de 7, para curtir o carnaval. "Eu amo o de hoje, o de antigamente e quero que ela carregue isso nos sangue", disse, enquanto identificava algumas cenas em preto e branco no telão.

A cantora Elba Ramalho, que participa do show dos homenageados do carnaval deste ano - os cantores Nena Queiroga e J Michilles -, ainda não tinha nem subido no palco quando já previa o que encontraria ali no público.

"O bom é que une as gerações. A gente vê as avós cantando frevo, vê os menores que aprendem na escola e dançam aqui. Não é a toa. Existe história", disse Elba.

No palco, o tradicional grupo pernambucano Quinteto Violado foi o responsável por mostrar a história do frevo, desde a festa de rua com passos de capoeira e grandes guarda-chuvas Foto: Vitor Tavares/Estadão
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