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O ex-garçom que virou ''corretor de cabelos''

Por Mariana Faraco
Atualização:

Ele avisa que não é cabeleireiro, mas um ''corretor de cabelos''. ''Sou o homem que compra de quem tem e vende para quem não tem'', explica Francisco Braz, de 42 anos, cearense, ex-garçom, atualmente conhecido como o Rei dos Cabelos. De segunda a sábado, dezenas de pessoas entram em seu conjunto de salas, na Rua Riachuelo, no centro da capital, dispostas a mudar o visual. Por vaidade ou por dinheiro. Cabeleireiros de bairros nobres e mulheres dispostas a pagar de R$ 80 a R$ 750 por um mega hair se acotovelam e apontam para os rabos de cavalo expostos atrás do balcão. Um pouco ressabiados, os que têm cabelos longos aguardam a vez para avaliação dos fios. Dependendo da qualidade do cabelo, do comprimento (no mínimo, 40 centímetros) e do peso, recebem entre R$ 50 e R$ 300. Às vezes, o cabelo passa de uma cabeça a outra no mesmo dia. Ellen Luna, de 16 anos, aparece para vender seus cachos castanhos. ''Por que você quer cortar o cabelo?'' Braz faz essa pergunta a todos. Invariavelmente, descobre um nordestino tentando voltar para casa, um universitário em busca de um estágio, uma família endividada. A menina nunca deixou que aparassem mais do que as pontinhas, mas concorda. Saiu de lá aparentando ter cinco anos a mais, com R$ 200 no bolso.

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