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Obras da Linha 6-Laranja com Tatuzão causam interdição de avenida e afetam imóveis em SP

Avenida Miguel Conejo foi interditada ‘de forma preventiva’, segundo a concessionária responsável pela obra. Havia risco de lençol freático da região ser atingido durante escavação

Foto do author Roberta Jansen
Foto do author Caio Possati
Por Roberta Jansen e Caio Possati
Atualização:

As obras da Linha 6-Laranja do Metrô provocaram a interdição de um trecho da Avenida Miguel Conejo, na Freguesia do Ó, na zona norte de São Paulo, além de uma loja do McDonald´s, uma unidade da Drogaria São Paulo e um posto de atendimento da Defensoria Pública do Estado. Há riscos de abalos. Na mesma região, outros prédios já estavam interditados desde janeiro, entre eles o que abrigava uma creche da Prefeitura.

A concessionária responsável pela obra, a Linha Uni, informou que precisou interditar a avenida na altura do número 850 na manhã de sábado, 24, “de forma preventiva, em decorrência das atividades de escavação com a tuneladora norte”.

O equipamento, conhecido popularmente como Tatuzão, que tem 109 metros de comprimento, tem 10,6 metros de diâmetro e pesa duas mil toneladas, é responsável pela escavação, a 38 metros de profundidade, do túnel da Linha 6-Laranja Foto: Reprodução/TV Globo

O equipamento, conhecido popularmente como Tatuzão, que tem 109 metros de comprimento, tem 10,6 metros de diâmetro e pesa duas mil toneladas, é responsável pela escavação, a 38 metros de profundidade, do túnel da Linha 6-Laranja. A escavação teve que ser suspensa porque havia o risco de atingir um lençol freático.

A concessionária responsável pela obra, a Linha Uni, informou que precisou interditar a Avenida Miguel Conejo na altura do número 850 na manhã de sábado Foto: Google

“Trata-se de uma ação normal, parte das medidas de controle que a equipe técnica da obra desenvolve ao longo de todo o traçado da Linha 6-Laranja. A situação está sob controle. Nesse momento, a equipe técnica está acionando poços de rebaixamento do lençol freático, atividade também já prevista, e as atividades da tuneladora devem ser retomadas na próxima semana. A equipe de comunicação social permanece em constante contato com a comunidade e o monitoramento é contínuo para garantir a segurança do local”, informou em nota a Linha Uni.

Prefeitura informou que está monitorando a situação e que faria uma vistoria no local ainda neste domingo Foto: Caio Possati/Estadão

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Os carros que vêm pela Avenida Miguel Conejo, sentido bairro, estão precisando desviar para a rua Mateus Leão tanto para a direita, quanto para a esquerda (na altura do McDonald’s). A interdição se estende por cerca de 50 metros, até altura do n° 926.

A reportagem esteve no local, onde mais de vinte funcionários trabalhavam nas obras na noite deste domingo. À distância, foi possível perceber que os trabalhadores se dividiram em dois grupos, que atuaram dentro de dois buracos abertos na via - um no meio da avenida, e outro perto da calçada, na altura do número 854. Questionados sobre o motivo da interdição, a origem das crateras e por quanto tempo as obras vão durar, os funcionários não responderam.

Por meio de nota, a Prefeitura informou que está monitorando a situação e que faria uma vistoria no local ainda neste domingo, 25.

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“Após a vistoria, caso seja necessário, a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras (SIURB) ficará a disposição para prestar apoio técnico aos responsáveis pela execução da obra. A Secretaria Municipal das Subprefeituras (SMSUB) informa que equipes da Subprefeitura Freguesia/Brasilândia vão realizar uma vistoria na Avenida Miguel Conejo.”

A Prefeitura informou ainda que o desvio para o trânsito está sendo feito pela própria Miguel Conejo, e também pela Mateus Leão e Bonifácio Cubas. As oito linhas de ônibus que passam pelo trecho interditado foram desviadas.

Cratera paralisou obra em 2022; relembre

Em 1º de fevereiro do ano passado, uma cratera se abriu em um dos canteiros de obras da Linha 6-Laranja do Metrô. O acidente aconteceu na altura da Ponte do Piqueri, na Marginal do Tietê, e causou a interdição de pistas da via e a paralisação da obra. O caso não deixou feridos.

As obras foram retomadas sete meses após o desmoronamento. De acordo com o governo paulista, o problema foi causado pelo rompimento de uma coletora de esgoto. No período, o foco da construtora foi em realizar o esgotamento da água e recuperar as estruturas no local do acidente, para poder retirar o tatuzão e iniciar a reparação.

Abertura de cratera afetou trânsito na Marginal Tietê e obras da Linha 6-Laranja do Metrô Foto: Tiago Queiroz/Estadão - 01/02/22

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No momento do acidente, o Tatuzão já havia passado abaixo do leito do Rio Tietê e se aproximava de um poço de ventilação (VSE Aquinos). O equipamento estava em funcionamento desde 16 de dezembro de 2021 e havia começado os trabalhos na margem oposta do rio (VSE Tietê) para a escavação do túnel da nova linha do Metrô.

A escavação estava a cerca de 2 metros de distância do poço e passava 3 metros abaixo do interceptor de esgoto. O solo era monitorado e havia sido reforçado. Ao chegar a 1,80 metro do poço, houve um carreamento (deslizamento) de solo que, posteriormente, fez com que o esgoto que estava passando pelo interceptor começasse a vazar. A concessionária diz que o Tatuzão não atingiu nenhuma estrutura.

O fluxo intenso de esgoto encheu o poço de ventilação do Metrô, abrindo uma cratera imediatamente ao lado. O buraco aumentou ao longo da terça-feira e atingiu as pistas locais da Marginal do Tietê, comprometendo a estrutura. O tráfego foi interrompido também na pista central por receio de instabilidade, mas esse trecho da via foi liberado nos dias seguintes.

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