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Diversidade e Inclusão

Acessibilidade na catástrofe do Rio Grande do Sul

Episódio 141 da coluna Vencer Limites, que vai ao ar toda terça-feira, às 7h20, ao vivo, no Jornal Eldorado, da Rádio Eldorado (FM 107,3 SP).

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Foto do author Luiz Alexandre Souza Ventura
Sinal que identifica o Rio Grande do Sul em Libras.  


A catástrofe no Rio Grande do Sul coloca pessoas com deficiência em risco multiplicado porque essa população é atingida pelos alagamentos, assim como todos os habitantes, mas também é vulnerável à falta de acessibilidade nos atendimentos de urgência e emergência, na busca por familiares desaparecidos e até na própria identificação às equipes de apoio e resgate.

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É uma situação que escancara a necessidade de formação constante de paramédicos, bombeiros e policiais em recursos acessíveis de comunicação.

Em SP, por exemplo, a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SEDPCD) oferece curso online grátis de Libras à toda população, mas segundo a assessoria de imprensa da pasta, não tem nenhuma ação semelhante direcionada especificamente a agentes das polícias Civil e Militar, e para o Corpo de Bombeiros.

Gente com deficiência auditiva, por exemplo, se comunica de diversas formas. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), na PNS (Pesquisa Nacional de Saúde) de 2019, aproximadamente 36% das pessoas surdas sabem usar a Língua Brasileira de Sinais. Também há surdos bilíngues (Libras e Língua Portuguesa), surdos oralizados e aqueles que fazem leitura labial. Por isso é fundamental conhecer esse universo e todas as suas maneiras de interação.

Vídeo publicado no Instagram mostra uma situação que ratifica a necessidade de acessibilidade na comunicação. Em uma das cidades gaúchas afetadas pela catástrofe, um homem surdo que se expressa prioritariamente em Libras é atendido por policiais e uma das agentes tem alguma fluência na língua de sinais. Dessa forma, o homem consegue se identificar e conversar com a equipe.

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Instituições e empresas estão oferecendo serviços de acessibilidade ao governo do Rio Grande do Sul e à população.

O ICOM, plataforma de tradução simultânea e em tempo real da Língua Brasileira de Sinais, que faz parte da associação dos metroviários de São Paulo dedicada às pessoas com deficiência (AME), tem uma equipe direcionada às demandas dos gaúchos. Felizmente, já havia uma contrato, assinado em janeiro, com o governo estadual que garante essa operação nos serviços públicos.

Por meio de um QR Code, qualquer pessoa aciona um intérprete em chamada de vídeo pela Internet. Também é possível fazer a ligação por meio do aplicativo do ICOM. O serviço funciona em esquema 24/7, todos os dias, em qualquer horário.

Empresa e equipes de resgate tentam fixar esse QR Code em pontos estratégicos das cidades alagadas para dar visibilidade a esse serviço, mas tem sido difícil chegar nos locais.


QR Code do ICOM Libras aciona chamada de vídeo com intérprete.  


Também está disponível a Central de Intermediação de Comunicação (CIC) da Claro, que tem um serviço de emergência com polícia, bombeiros e SAMU.

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Para usar o serviço é necessário acessar claro.com.br/acessibilidade, informar nome e número do telefone, além de liberar acesso do sistema à câmera e microfone do smartphone ou tablet.

Na mesma página também são oferecidos recursos para pessoas com deficiência visual e física.


QR Code do Instituto Social Pertence para fazer PIX.  

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Invisibilidade - O Instituto Social Pertence, de Porto Alegre, continua trabalhando nas áreas atingidas e tentando fazer um levantamento de quantas pessoas com deficiência precisam de ajuda, arrecadando órteses, próteses, cadeiras de rodas, muletas, bengalas, além de roupas de frio, cobertores e colchões, enlatados, comida sem glúten ou sem lactose ou sem leite, lenços umedecidos, fraldas infantis e geriátricas de todos os tamanhos, baldes e vassouras.

Victor Freiberg, fundador e presidente do Instituto Social, conta que a Airbnb fez uma doação de 50 mil dólares em voucher para abrigar famílias de pessoas com deficiência nos apartamentos alugados por meio da plataforma.

"Acredito que, se funcionar, teremos uma ampliação dessa doação. Ainda não temos ninguém nos imóveis e estamos fazendo um treinamento para organizar essa ação", diz Freiberg.



Clique na imagem para ouvir o Podcast.  


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