Senador vai ter R$ 4 mil para alugar um carro

Mesa Diretora decide que medida será mais econômica que renovar toda a frota da Casa

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Por Rosa Costa
Atualização:

Para renovar sua frota, o Senado decidiu alugar por até R$ 4 mil por mês os carros que vão servir aos 81 senadores e ao pessoal administrativo da Casa. Pela contabilidade oficial, a conta da frota deve ficar em cerca R$ 12 milhões por ano. Apesar do gasto, o primeiro-secretário, senador Cícero Lucena (PSDB-PB), afirmou que o aluguel é uma alternativa mais barata do que a compra de nova frota e que resultará numa economia de quase R$ 6 milhões ao ano.Do total gasto hoje em dia, R$ 17,8 milhões, a maior parte decorre da manutenção dos veículos, segundo ele. "Essa é a melhor alternativa apresentada e a Mesa Diretora achou por bem adotar os passos que serão necessários", afirmou Lucena, explicando que a decisão foi tomada com base numa planilha com todas as despesas do setor.O senador garante que a escolha da locadora "será transparente". "Será concorrência nacional para que todos tenham acesso", disse. Modelos. "O padrão do carro que vamos escolher será compatível com o que acharmos que é mais barato e corresponda aos serviços prestados, para ver a melhor oferta para o Senado", afirmou. A renovação da frota será total, com a locação dos carros dos senadores e a contratação de serviços para o transporte da administração da Casa. Sobre eventuais críticas, no momento em que o corte das despesas públicas atingiu setores essenciais, o primeiro-secretário acredita que a iniciativa está bem respaldada. "Eu acho que a opinião pública entende a função do cargo de um senador, que tem historicamente a representatividade do cargo, como têm, por exemplo, os ministros de Estado e dos tribunais. Dentro dessa linha estamos buscando eficiência e o menor custo", acrescentou o senador Lucena. Para o senador, o pagamento de aluguel mensal para uso de veículos não se trata de mordomia.Pelas previsões de Lucena, o contrato de locação deve ser feito pelo prazo "de quatro a cinco anos". Manutenção. "Se o carro der defeito ou tiver um problema, ele vai ser substituído. O ideal é que haja manutenção de no máximo dois anos. A cada dois anos seriam renovados (os contratos). Vamos ver qual será a melhor alternativa", justificou o primeiro-secretário.Como exemplo do estado deteriorado dos veículos do Senado, Lucena contou que ele mesmo está sem carro. "Os veículos (em uso) estão com quase 200 mil quilômetros. Todo e qualquer cidadão brasileiro sabe que os custos de manutenção de um veículo desses é totalmente antieconômico", concluiu o senador.

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