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Um 'circo vicioso' na capital da República

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BRASÍLIADepois da cinemateca da corrupção, da prisão do governador afastado José Roberto Arruda e das duas renúncias de Paulo Octávio ? ao partido e ao governo ? o Distrito Federal está se aproximando da previsão feita na quinta-feira, dia 11, véspera do feriadão do carnaval, pelos ministros do Superior Tribunal de Justiça e membros do Ministério Público Federal. Naquele dia, quando foi decretada a prisão de Arruda, juízes e procuradores admitiram que, se não fizessem nada, o esquema de corrupção no DF viraria um "ciclo vicioso". Um ministro do STJ atalhou: "Precisamos fazer algo rápido porque a capital da República vai virar, isso sim, um circo vicioso." O diálogo aconteceu no início da tarde daquela quinta-feira, quando o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, apareceu no STJ com o pedido de prisão de Arruda e mais cinco nomes do governo do Distrito Federal. O tribunal admitiu que o pedido tinha "sólidos fundamentos", tamanha a manobra de obstrução das investigações capitaneada pelo governo local, mas sentiu que o momento deixava o STJ emparedado. Alguns juízes chegaram a redigir possíveis manchetes dos jornais nas edições de sexta-feira. "Procurador pede prisão de Arruda, mas STJ vai para a folga do carnaval", pensou um ministro em voz alta.Diante da urgência, o Superior Tribunal de Justiça viu ali que a prisão de Arruda e assessores era a maneira de controlar minimamente o "circo vicioso" na capital federal. Ou, como disse um procurador, de evitar que Brasília inteira "vire palhaça".

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