A Agência Espacial Europeia (ESA) revelou nesta quinta-feira, 23, cinco imagens do Universo captadas pelo telescópio Euclid, que vão desde antigas e distantes galáxias até berçários de estrelas. Com novos dados, cientistas esperam entender mais sobre matéria e energia escura, formação do Universo e distribuição de estrelas.
As imagens fazem parte do Lançamento das Observações Iniciais do telescópio, que traz os primeiros dados científicos captados na missão e mais dez artigos científicos por vir. O conjunto completo da observação inicial tem como alvo 17 objetos astronômicos.
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O Euclid foi lançado em julho de 2023 a bordo da Space X Falcon 9 para seu destino a 1,5 milhão de quilômetros de distância da Terra. As cinco primeiras imagens do telescópio foram lançadas em novembro de 2023. A missão tem por objetivo trazer novas evidências sobre a atual configuração do Universo e explorar dois grandes mistérios cósmicos: a energia escura e a matéria escura.
O primeiro se refere a uma fonte desconhecida que provoca a expansão do Universo em velocidades cada vez mais altas. Já a matéria escura consiste em uma substância invisível mais comum do que a matéria regular no Universo, mas cuja composição ainda é desconhecida.
Veja abaixo as imagens capturadas pelo Euclid:
Berçário de estrelas, Messier 78
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Na imagem, o berçário de estrelas Messier 78 está envolvido em poeira interestelar. Essa é a primeira foto com tamanha profundidade e amplitude da jovem região onde surgem as estrelas .
A partir de uma câmera infravermelha, foi possível ver, pela primeira vez, no Messier 78 planetas e estrelas recém-formados. As nuvens escuras de gás e poeira costumam escondê-los de vista.
O aglomerado de galáxias Abell 2390
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As imagens de Euclid mostram mais de 50 mil galáxias que constituem o Abell 2390, localizado a 2,7 bilhões anos-luz de distância. Aglomerados do tipo contêm grandes quantidades de massa, grande parte sendo matéria escura.
O Abell 230 é um grande repositório de matéria escura e, por isso, se torna uma espécie de laboratório astrofísico para estudar esse mistério.
Por meio de um fenômeno em que a luz, em seu trajeto até galáxias mais distantes, é distorcida pela matéria misteriosa, o Euclid consegue medir a quantidade e distribuição de matéria em um aglomerado de galáxia.
Os cientistas também estão utilizando os dados obtidos pelo telescópio para medir como a massa e o número de galáxias muda com o tempo, o que pode revelar mais sobre a evolução do Universo.
Aglomerado de estrelas Abell 2764
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A um bilhão de anos-luz de distância, o Abell 2764 comprime centenas de galáxias em uma vasta auréola de matéria escura. Com um amplo campo de visão, o Euclid permite que os cientistas determinem o raio do aglomerado e estudem suas periferias.
Tanto o Abell 2390 quanto o 2764 são boas fontes para estudar um período misterioso do Universo, conhecido como idade da escuridão, quando não havia estrelas e o Universo permaneceu no escuro durante 200 milhões de anos.
Por meio do telescópio, é possível observar essas galáxias quando elas tinham apenas 700 milhões de anos, o que corresponde a 5% de sua atual idade.
Na imagem, aparece também a estrela V*BP-Phoenicis/HD 1973 que pertence à Via Láctea. Por ser muito brilhante, pode ser vista pelos seres humanos.
Galáxia em espiral NGC 6744
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Uma das galáxias mais parecidas com a Via Láctea, onde está a Terra, a NGC 6744 é um típico exemplo das galáxias que hoje formam a maioria das estrelas nas proximidades do Universo.
O telescópio Euclid conseguiu fazer imagens que cobriam toda a galáxia, como também capturar detalhes da galáxia, como faixas de poeira semelhantes a penas surgindo dos braços espirais.
Cientistas estão usando informações do Euclid para entender como poeira e gás estão ligados à formação de estrelas; mapear a distribuição de estrelas nas galáxias; e desvendar a física por trás das estruturas espirais das galáxias. A NGC 6744 fica localizada a 30 milhões de anos-luz.
Galáxias em fusão do grupo Dorado
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O telescópio capturou a fusão de duas galáxias do grupo Dorado, localizado a 62 milhões de anos-luz. A partir das informações sobre a fusão, cientistas querem entender como as galáxias evoluem dentro de aréolas de matéria escura.
Como Dorado é muito mais jovem do que outros aglomerados, muitas de suas galáxias ainda estão se formando e interagindo entre si, enquanto outras se fundiram recentemente.
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