PUBLICIDADE

Chile descobre espécies submarinas que vivem de metano

Achado pode significar, no futuro, alternativa energética para o país, que tem 3% das reservas mundiais do gás

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Pesquisadores chilenos descobriram, nas águas de seu país, novas espécies marinhas que convivem em associação com bactérias que ingerem gás metano e o transformam em nutrientes para esses organismos, o que contribui para reduzir o efeito estufa.   Foi o que explicou Silvio Pantoja, subdiretor do Centro de Investigação Oceanográfica do Pacífico Sul Oriental da Universidade de Concepción, que tem sua sede na cidade de mesmo nome, a 515 quilômetros de Santiago.   O cientistas encontraram essas novas espécies, entre as quais se destaca um tipo de verme de dois metros de comprimento e um molusco de até 40 centímetros, quando realizavam uma pesquisa sobre o gás metano, que é um dos responsáveis pelo efeito estufa.   Os investigadores descobriram, ao redor e dentro dos depósitos de gás, comunidades de animais que abrigam bactérias que se nutrem de compostos derivados da oxidação do metano, um mecanismo que diminui a quantidade de gás que chega à atmosfera e, por tanto, reduz o aquecimento global.   As estimativas indicam que nas águas chilenas, que abarcam 200 milhas a partir da linha da costa, se concentram 3% dos depósitos de hidratos de metano do mundo, cujas reservas totais representam mais do dobro dos campos de petróleo existentes no mundo, disse Pantoja.   Essas reservas de gás poderiam converter-se assim em uma alternativa para diversificar a matriz energética do Chile, um país que depende em 60% da energia hidrelétrica, afetada nos últimos meses pela seca, e que importa 40% do restante em hidrocarbonetos e gás, em sua maioria procedente da Argentina.   No entanto, ainda não existe a tecnologia para extrair esse gás, cujo custo de exploração se calcula que alcançaria os US$ 500 milhões (R$ 823 milhões), aos quais se juntam as dificuldades de realizar essa operação com as altas pressões que existem no fundo do oceano e de manipular um gás inflamável como esse.   Esse estudo avalia os efeitos das emissões submarinas de hidrocarbonetos gasosos sobre o ecossistema das comunidades que habitam as águas costeiras do Chile e fornece informação essencial para a extração dessas reservas energéticas de forma sustentável.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.