RIO - Cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) conseguiram interromper o avanço do Alzheimer em animais e desenvolveram um caminho novo para atacar a doença, de acordo com pesquisa publicada na revista científica American Journal of Neuroscience.
O estudo focou-se em uma proteína produzida naturalmente pelo cérebro chamada TGF beta 1, segundo informou nesta segunda-feira, 3, a TV Globo.
Os pesquisadores descobriram a importância dessa substância para manter os circuitos elétricos do cérebro - a produção dela é reduzida nos idosos, o que causa uma série de inflamações que interrompem a conexão entre os neurônios.
O Alzheimer afeta mais de 1 milhão de brasileiros e é o principal causador de demência na população de terceira idade.
Experimento
O estudo mostra como uma célula no cérebro afetada pelo Alzheimer se recupera parcialmente quando é aplicada a proteína TGF beta 1. Os cientistas do Instituto de Ciências Biomédica (ICB) da UFRJ conseguiram assim reduzir alguns sintomas da doença em animais, os quais recuperaram a memória mais recente.
"O que fizemos foi apenas um passo para o tratamento a médio e longo prazo. É uma grande caminhada, e certamente nosso trabalho pode contribuir", afirmou a pesquisadora Flávia Gomes, uma das participantes do projeto.
Em um experimento que faz parte do estudo, um rato com Alzheimer é colocado diante de dois objetos iguais e não consegue reagir quando um deles é substituído.
Depois de injetada a proteína TGF beta 1, o rato se lembra do objeto que não foi trocado e reage ante o novo, que era desconhecido. /EFE