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Cientistas descobrem na África do Sul primeiras tumbas da Pré-história

Sepulturas a cerca de 30 metros sob a terra datam de pelo menos 200.000 anos a.C.

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Por Redação
Atualização:

Uma equipe de cientistas liderada pelo paleoantropologista Lee Berger afirmou nesta segunda-feira, 5, que descobriu na África do Sul as tumbas mais antigas da Pré-história.

“Tratam-se dos enterros de hominídeos mais antigos já registrados, anteriores em ao menos 100 mil anos aos enterros de Homo sapiens”, afirmam os cientistas em uma série de artigos, que precisam ser revisados por seus pares antes de serem publicados na revista científica eLife. “Estas descobertas mostram que as práticas mortuárias não se limitavam ao Homo sapiens ou a outros hominídeos de cérebro grande.”

Cientistas dizem ter encontrado evidências de que primo distante dos homens enterrou seus mortos e esculpiu símbolos nas paredes das cavernas, ações anteriormente ligadas apenas a espécies com cérebros maiores. Foto: Robert Clark/National Geographic/AP

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As sepulturas, ovais, foram descobertas a cerca de 30 metros sob a terra, no sítio paleontológico “Berço da Humanidade”, no noroeste de Joanesburgo, declarado patrimônio mundial pela Unesco e repleto de cavernas e fósseis pré-humanos.

As tumbas contêm ossos de Homo naledi, primos distantes do homem, que tinham o cérebro do tamanho de uma laranja e cuja descoberta por Lee Berger, em 2013 havia questionado algumas teorias sobre a evolução.

Ossos de um Australopithecus Africanus expostos na Universidade de Wits, na África do Sul Foto: LUCA SOLA /AFP - 11/05/2023

As sepulturas mais antigas que já haviam sido descobertas, principalmente no Oriente Médio e Quênia, tinham cerca de 100.000 anos e continham restos de Homo sapiens, antepassado direto do homem. As tumbas encontradas na África do Sul datam de pelo menos 200.000 anos a.C..

Durante as escavações, que começaram em 2018, a equipe de Lee Berger também encontrou símbolos geométricos – linhas, quadrados e cruzes – traçados nas paredes dos túmulos. “Isto significaria que não apenas os humanos não foram os únicos que desenvolveram práticas simbólicas, mas também que sequer podem ter sido os que criaram este comportamento”, observou o paleoantropologista de 57 anos, apoiado pela National Geographic.

Reprodução do crânio do Homo Naledi retratada no Centro de Exploração da Jornada Humana Profunda da Universidade de Wits Foto: LUCA SOLA/AFP - 11/05/2023

Os pesquisadores costumam associar o domínio do fogo, da gravura e da pintura ao tamanho grande do cérebro do homem moderno. / AFP

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