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Escritora italiana condena reprodução assistida

Oriana Fallaci rompe silêncio para condenar pesquisas com embriões e pedir que italianos não sejam "mecenas de Frankenstein"

Por Agencia Estado
Atualização:

A jornalista e escritora italiana Oriana Fallaci, uma das mais conhecidas em seu país, se pronunciou nesta sexta-feira contra a reprodução assistida e pediu aos italianos que não se tornem "mecenas de Frankenstein" e fabricantes de homens de laboratório no referendo sobre o tema. "Não, não gosto deste referendo no qual os mecenas de Frankenstein votarão apenas por razões políticas ou miopia moral (...) e não se questionam sobre o que pode haver por trás de uma ofensiva em favor da liberdade ilimitada da pesquisa científica", escreveu Fallaci, num longo artigo publicado pelo Il Corriere della Sera. Ela definiu como "um propósito inaceitável e aterrador" o que considera um "projeto de criar o homem de laboratório e transformá-lo em um produto vendável, como um bife ou uma bomba". A escritora, que há três anos vendeu mais de 1 milhão de exemplares do livro A raiva e o orgulho, contra o Islã, critica duramente a clonagem humana, "os embriões humanos que dormem nos congeladores dos bancos para ser tratados como reses e cordeiros e terem extraídos tecidos e órgãos para a venda como peças de reposição de um automóvel". Fallaci, que não dá entrevistas, não participa de debates na TV nem responde a seus críticos na imprensa, mantém longos silêncios, os quais rompe apenas para se pronunciar sobre questões polêmicas, como o apoio à guerra dos Estados Unidos e Grã-Bretanha contra o Iraque e agora sobre o tema do referendo de 12 e 13 de junho. "Espero com todo meu coração que fracasse", acrescenta a jornalista, que apóia a posição da Igreja italiana sobre o tema. Os italianos deverão se pronunciar contra ou a favor de quatro artigos de uma lei adotada pelo parlamento nacional em fevereiro de 2004, considerada uma das mais restritivas de Europa. Os cientistas destacam que a lei proíbe o congelamento de embriões, o uso de doadores externos ao casal e impede qualquer diagnóstico antes da implantação de óvulos fecundados - normalmente, o diagnóstico aponta eventuais doenças hereditárias nos embriões.      leia mais sobre células-tronco

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