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EUA celebram 50 anos de sua entrada na corrida espacial

Quatro meses depois dos soviéticos, os EUA mostraram que havia uma disputa de fato pelo espaço

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Por John Noble Wilford
Atualização:

Se o Sputnik 1 foi o bip-bip-bip que se fez ouvir ao redor do mundo, o Explorer 1 anunciou-se há 50 anos, nesta semana, pelo suspiro coletivo de alívio do público nos Estados Unidos. Sputnik: 50 anos Foi tarde da noite de 31 de janeiro de 1958, quase quatro meses depois da União Soviética chocar o mundo em 4 de outubro com o lançamento do Sputnik, o primeiro satélite artificial da Terra. Um segundo Sputnik, maior, logo se seguiu, levando uma passageira canina. A primeira tentativa americana, com o modesto Vanguard 1, em dezembro, foi um fracasso vergonhoso, imediatamente ridicularizado como "flopnik" ("falhanik"). Agora, estava a cargo de um foguete montado com tecnologia do V-2 alemão e estágios superiores americanos levar o delgado Explores para a órbita. A decolagem do Cabo Canaveral  pareceu boa. Foi um progresso. O Vanguard havia falhado poucos metros acima da base de lançamento, caindo e explodindo para todo mundo ver, ao vivo, pela TV. Mas os controladores de vôo esperaram e esperaram por um sinal de que o Explorer havia entrado em órbita. Antenas de rastreamento eram raras naqueles dias e as comunicações, pouco confiáveis. Apenas quando o satélite já havia quase completado uma volta ao globo que o sinal finalmente foi recebido, por radioamadores alertas na região de Los Angeles. As notícias eram boas. Líderes da equipe Explorer, que aguardavam em Washington, correram à Academia Nacional de Ciências e proclamaram que os EUA haviam respondido, com sucesso, ao desafio soviético. A corrida espacial estava em disputa. Numa entrevista coletiva concedida às 2 da madrugada na academia, os três líderes - Wernher von Braun, cientista de foguetes; William H. Pickering, diretor do laboratório que havia construído o satélite; e James Van Allen, o cientista-chefe - ergueram uma réplica do Explorer como se fosse um troféu.  A foto simbolizava a entrada do país no espaço. "Muitos elementos então se uniram para compor esta imagem simbólica", escreve Steven J. Dick, historiador-chefe da Nasa. Ali estavam as pessoas e a tecnologia, destaca ele, e a mídia "presente sabendo que o evento estava destinado a ter proporções históricas". Foi o início de meio século de vôos espaciais para os Estados Unidos, acrescenta ele, que podem ter desapontado os visionários mais otimistas, inspirado outros e atraído cinismo como "um desvio de recursos que seriam melhor usados em problemas terrestres". Em um artigo no site da Nasa sobre o aniversário do Explorer, Dick conclui: "Como a ferrovia e o avião, o vôo espacial afetou a sociedade de formas que nem mesmo os visionários poderiam prever, e que não conseguimos compreender nem esmo hoje".

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