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Prêmio Nobel: americano é laureado em Química pela segunda vez; relembre outros casos

O professor K. Barry Sharpless também foi vencedor em 2001; ele é a quinta pessoa a receber o prêmio duas vezes

Por Raisa Toledo
Atualização:

Os cientistas Carolyn Bertozzi, Morten Meldal e K. Barry Sharpless são os vencedores do Prêmio Nobel de Química de 2022, segundo anunciado pela Real Academia Sueca nesta quarta-feira, 5. De acordo com os organizadores do prêmio, os pesquisadores conseguiram tornar processos químicos complexos mais fáceis, o que contribui com o avanço de descobertas farmacêuticas. Essa é a segunda vez que Sharpless é homenageado com o prêmio.

Em 2022, ele recebeu a honraria por ter criado a chamada “química do clique”, em que blocos moleculares são construídos e conectados de forma eficiente e rápida, com funções similares a moléculas naturais. O dinamarquês Morten Meldal também se destacou por pesquisas nessa área.

Sharpless é a quinta pessoa a receber um Prêmio Nobel duas vezes. Foto: Wikimedia Commons

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Já em 2001, ele foi reconhecido junto de outros pesquisadores pelo trabalho com as reações em moléculas quirais (cuja estrutura olhada em um espelho não poderia ser espelhada). As descobertas permitiram prever reações antes inesperadas quando esses compostos eram usados em medicamentos, o que representou uma evolução para a fabricação de remédios.

Com o anúncio da premiação deste ano, Sharpless se torna a quinta pessoa a receber um Prêmio Nobel pela segunda vez, depois de John Bardeen (Física em 1956 e 1972), Marie Curie (Física em 1903 e Química em 1911), Linus Pauling (Química em 1954 e da Paz em 1962) e Frederick Sanger (Química em 1958 e 1980).

Marie Curie

Marie Curie foi a primeira mulher a receber um prêmio Nobel e é até hoje a única mulher a ter repetido o feito. Em 1903, foi condecorada por suas contribuições para os estudos da radioatividade natural e, em 1911, pela descoberta dos elementos químicos rádio e polônio, além do estudo das propriedades do rádio.

A cientista Marie Curie foi a primeira mulher a ganhar um Prêmio Nobel e sua família tem o total de cinco premiações. Foto: Todavia

J. Bardeen

O físico americano John Bardeen foi laureado duas vezes na categoria Química. Na primeira vez, foi reconhecido por sua pesquisa sobre a condução elétrica em semicondutores e metais, investigando as propriedades dos semicondutores, a teoria da supercondutividade e a difusão de átomos em materiais sólidos. Os estudos levaram ao desenvolvimento do transistor, um dispositivo que amplifica a corrente elétrica e foi importante para a evolução da eletrônica.

Em seu segundo Nobel, Bardeen foi premiado por desenvolver, junto a outros dois cientistas, a teoria da supercondutividade, ou teoria BCS, que descobriu que em materiais supercondutores os elétrons se agrupam nos chamados pares de Cooper.

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Linus Pauling

Linus Pauling foi a única pessoa a receber dois Prêmios Nobel sem dividi-los com outras pessoas. Em 1954, venceu na categoria Química por suas descobertas sobre as ligações químicas e como elas influenciam na estrutura molecular. Em 1962, recebeu o Nobel da Paz por sua campanha contra a corrida nuclear e os testes para o desenvolvimento de bombas atômicas.

O cientista Linus Pauling é a única pessoa a ter vencido sozinha em duas categorias. Foto: Wikimedia Commons

F. Sanger

Bioquímico inglês, Frederick Sanger recebeu o prêmio em Química por seu estudo da estrutura de proteínas e, principalmente, por ter descoberto a estrutura molecular da insulina. Em 1980, foi reconhecido por suas contribuições para a determinação de sequências de base de ácidos nucleicos (DNA e RNA), que são responsáveis pela síntese de proteínas e o armazenamento e transporte de informações genéticas.

Além dessas cinco personalidades, duas organizações receberam mais de uma vez o Prêmio Nobel da Paz: o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (1917, 1944 e 1963), por contribuições durante a Primeira e Segunda Guerra Mundial e por promover os princípios da Convenção de Genebra; e o Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) (1954, 1981), pela ajuda prestada aos refugiados no pós-Segunda Guerra e por promover os direitos fundamentais desse grupo a nível mundial.

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