Quando o homem chegou à América? Cientistas descobriram que foi dez mil anos antes do imaginado

Especialistas acreditam que o Homo sapiens alcançou o continente americano caminhando, numa época em que a Sibéria e o Alasca estavam conectados por terra

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Por Redação

Os humanos ocuparam a América do Norte milhares de anos antes do que se imaginava, segundo um estudo que confirmou a antiguidade de pegadas fossilizadas no Parque Nacional de White Sands, no Novo México, nos EUA, usando duas diferentes tecnologias de datação.

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As pegadas foram originalmente deixadas num período de 21 mil a 23 mil anos atrás, de acordo com as tecnologias de datação por radiocarbono e por luminescência ótica estimulada, informaram pesquisadores. Isso é aproximadamente dez mil anos antes do que se imaginava.

O novo trabalho, publicado na revista científica Science, revela que o Homo sapiens já caminhava pela América do Norte durante a última Idade do Gelo, um período inóspito para os humanos. Nesta época, grande parte do continente era coberto por camadas espessas de gelo.

Imagem das pegadas de antigos hominídeos no Novo México publicadas na revista Science Foto: National Park Service/Science

Um estudo de 2021 publicado pelos mesmos pesquisadores já tinha datado as pegadas entre 21 mil e 23 mil anos atrás, com base em sementes de plantas encontradas no mesmo sedimento onde foram achadas as marcas de pé fossilizadas. Na ocasião, muitos cientistas questionaram o método de datação.

O Homo sapiens surgiu no continente africano há aproximadamente 300 mil anos e, de lá, se espalhou pelo mundo. Especialistas acreditam que o homem chegou ao continente americano caminhando, numa época em que a Sibéria e o Alasca estavam conectados por terra.

“Toda técnica de datação tem seus pontos fortes e fracos, mas quando três técnicas diferentes convergem para o mesmo período de tempo, podemos dizer que o resultado é excepcionalmente robusto”, afirmou, em entrevista à agência Reuters, o geólogo Jeff Pigati, do Centro de Ciências Geológicas, Geofísicas e Geoquímicas (CCGGG) do governo americano, coautor do trabalho.

“Nossos resultados originais eram controversos e sabíamos que precisávamos de uma avaliação independente para ganhar a confiança da comunidade”, afirmou a geóloga Kathleen Springer, também do CCGGG, “Esse trabalho foi esse exercício corroborativo.”

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