O mesmo aconteceu no ano passado com o Shopping Pátio Higienópolis. Ao lado do caixa "humano", o automático diminui o tempo do pagamento, mas não concorre diretamente com os mais antigos. "A ideia é fazer uma mistura", explica a gerente de marketing Marinei Cestari. "Como temos muitos frequentadores idosos, precisamos zelar por esse serviço mais pessoal".
Os números comprovam mesmo que as máquinas ainda estão em segundo plano. Na quarta-feira passada, entre 11h30 e 12h30, no piso térreo do Shopping Bourbon, a reportagem do Blog do Curiocidade contou que, das 33 pessoas que pagaram o estacionamento no período, apenas 7 preferiram usar o autoatendimento. Um funcionário da empresa Estapar, que administra o estacionamento do Bourbon, estava ao lado da máquina para tirar dúvidas dos clientes. Muitos não acertavam o código de barras no leitor óptico de primeira e reclamavam. O Shopping Cidade Jardim não possui essas máquinas para fazer prevalecer o serviço mais pessoal . "Não descartamos a possibilidade de implementar esse tipo de solução para oferecer uma outra alternativa de pagamento", diz Renata Fava, superintendente do shopping. A assessoria de imprensa do JK informa que o intuito não é acabar com a figura do cobrador: "Não temos projeto dedicado a substituir a cobrança convencional pela automática. Isso é um conforto adicional ao cliente ". Equipes de apoio ficaram cerca de 30 dias ao lado dos caixas automáticos para instruir as pessoas.
Também para conforto do cliente e economia de tempo, 30 shoppings da cidade já contam com o sistema de abertura automática da cancela, com débito mensal em cartão de crédito. Em Florianópolis, a Estapar está testando também o pagamento com uso do smartphone. Os pagantes que optam pela máquina, e não precisam da ajuda do funcionário, levam em média 25 segundos para realizar a operação. No guichê, a média é de 50 segundos. "Acho muito prático, mas temo pelos funcionários", afirma o analista de sistemas Andrei Maia, de 37 anos, depois de validar seu bilhete numa das máquinas do Shopping Bourbon. "É uma boa economia de tempo, mas vai diminuir o número de funcionários com o tempo", prevê Francisco Antônio da Silva, presidente do Seeg (Sindicato dos Empregados em Estacionamentos e Garagens do Estado de São Paulo), que não registrou nenhuma demissão que tenha sido feita por causa da substituição pela máquina. "Isso acontece em diversos segmentos como nos pedágios ou até mesmo com as máquinas que cortam cana".
(Com colaboração de Juliana Tamdjian)