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Cultura, comportamento, noite e gente em São Paulo

Dia dos Namorados: Mônica Martelli garante que ‘solteiros convictos’ não existem

Atriz volta a apresentar, em SP, peça sobre mulher de 45 anos que tenta salvar o casamento

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Por Paula Bonelli
Atualização:

Mônica Martelli já teve relacionamentos longos e passageiros. Viveu relações em que gostou mais do que o outro. Já foi mais amada do que amou também. Passou por experiências diferentes. Em tempos de Dias dos Namorados, ela nega a existência dos “solteirões convictos” nas ruas e redes sociais. “Todo mundo tem vontade de amar e de ser amado. As formas de se relacionar é que são diferentes: uns têm vontade de morar juntos e outros em casas separadas.”

Tendo como inspiração suas próprias experiências, a atriz escreveu o texto do monólogo Minha Vida em Marte, que volta para curta temporada no Tokio Marine Hall, nos dias 15, 16 e 17. Ela interpreta a personagem Fernanda, casada há oito anos e em crise no casamento, que tenta encontrar saídas para as intolerâncias diárias que a rotina traz, a falta de libido, o acúmulo de mágoas e as expectativas frustradas.

Mônica Martelli fez filme com Paulo Gustavo (1978-2021) inspirado na peça.  Foto: JULIA RODRIGUES

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Para ela, o casamento faz com que as pessoas se acomodem porque o outro está ali ao lado. “Você passa a adiar o afeto. O dia da transa acaba deixando para amanhã”. Colocar uma expectativa enorme na relação, ela aponta, é um problema: “O amor não sobrevive a tudo que você imaginou e idealizou. Esse amor que está sempre bem, transando três vezes na semana, vivendo em harmonia, fazendo aquela foto feliz da família...” Mônica questiona ideias do amor romântico que acabam conflitando com a realidade. “A gente tem crises. A mulher se sente muito sacrificada dentro da relação tendo que fazer a maioria das tarefas ainda.”

A atriz namora há cinco anos o empresário do setor de shows e entretenimento Fernando Alterio. Ela tem 55 anos. Ele, 70. A artista conta que quando o conheceu estava numa fase da vida em que não tinha vontade imediata de casar. “Já fui casada. Tenho a minha filha, que agora é adolescente. Não quero que o meu parceiro interfira na relação com a minha filha.”

Quando tinha 30 anos, porém, a história era outra. A vontade de morar junto, casar e ter filhos falava mais forte em Mônica. “Naquela época, eu queria experienciar esse momento. As relações amorosas têm um papel fundamental em nossas vidas, que é nos fazer evoluir. É um grande lugar de autoconhecimento. No Tibete, a gente evolui meditando, aqui no Ocidente se relacionando.”

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A atriz fala da rotina com sua filha, e como concilia momentos com a família do namorado: “Tenho minha vida de segunda a sexta-feira com a minha filha. Ele tem os filhos dele, duas moças mais velhas e os filhos adolescentes. A gente compartilha muito bem. No final de semana, junta todo mundo ou só a gente. Tudo depende e é negociado porque na vida a gente é mãe, trabalha, é namorada. Nós somos várias. Eu não sou uma só.”


Mônica Martelli e Fernando Alterio.  Foto: Iara Morselli / Estadão Conteúdo


Ela diz que Altério é o homem com quem se relacionou que mais foi compreensivo com o seu lado atriz autoral. “Ele é um homem bem resolvido que ama o que faz. O Fernando há 40 anos criou uma empresa, a Time For Fun, por paixão. E isso é raro, fazer o que a gente ama. A pessoa que vai atrás do próprio talento, e não fica frustrada em outra profissão, não perturba a vida do outro.”

Mônica afirma que nunca ouviu nenhum comentário maldoso ou pejorativo por se relacionar com alguém mais velho. “A gente lida com preconceitos ao longo da nossa vida. Todos nós somos preconceituosos. Muitas pessoas vão olhar para mim e para a minha relação e terão preconceitos, talvez seja um espelho para elas.”

“A pessoa com quem você se relaciona traz um mundo que não é o seu. E esses mundos vão ter que se relacionar. Se for bem mais novo, você vai ter que lidar com o universo de homens mais jovens. Para administrar isso tudo, a gente faz acordos nas relações.” Para ela, o fundamental no jogo amoroso é não se perder de si: “Se você sabe quem é, não se perde na história do outro”.

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