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Coluna quinzenal da jornalista Maria Fernanda Rodrigues com dicas de leitura

Opinião|5 lançamentos sobre diferentes momentos da vida para ler com calma depois da Bienal do Livro

Da infância à velhice, do rompimento de ciclos de violência à busca da felicidade e de equilíbrio: conheça livros de ficção e não ficção, brasileiros e estrangeiros, que acabam de chegar às livrarias

Foto do author Maria Fernanda Rodrigues

A Bienal do Livro de São Paulo está entrando na reta final - ela termina no domingo, 15 - e se você se sente perdido diante de tantos títulos ou não se identifica com o tipo de livro que está dominando as vendas na feira, confira a seguir algumas indicações de obras garimpadas entre os lançamentos de agosto e desta primeira quinzena de setembro.

Editoras publicaram uma série de livros às vésperas da Bienal de São Paulo Foto: Pixel-Shot - stock.adobe.atock

A primeira dica, já de olho na Flip, em outubro, é Monique se Liberta (Todavia, 96 págs., R$ 54,90) – mais uma autoficção do francês Édouard Louis, que vem a Paraty (veja lista completa e a programação da Flip 2024). Nesta obra, ele mostra o “plano de fuga” que precisou traçar, a distância, porque estava fora do país, para ajudar a mãe a sair de mais um relacionamento abusivo - o primeiro foi com o pai dele. Há uma reflexão sociológica acerca da necessidade de se romper ciclos de violência – algo que ele vem discutindo em toda a sua obra desde a estreia com O Fim de Eddy, em que conta sua história enquanto menino gay crescendo numa vila operária no interior da França e sofrendo bullying e outros tipos de violência

Outro olhar para o começo da vida...

A Infância de Joana (Maralto, 80 págs., R$ 59,90) é a primeira ficção de Mariana Ianelli. Poeta, cronista, crítica literária e autora de três livros infantis, ela mostra, nesta obra para um leitor maduro, os primeiros assombros da protagonista. A edição conta com ilustrações de Juliana Monteiro, feitas a partir de recortes de fotografias de diversas crianças na tentativa de mostrar essa transformação pela qual a personagem passa.

... E para o fim

Autor do premiado Nihonjin, Oscar Nakasato, escritor e professor, volta com um “novo romance brasileiro com alma japonesa”, como Cora Rónai escreve na apresentação. Ojiichan (Fósforo, 168 págs., R$ 72,90) conta a história de um homem cuja vida começa a desandar aos 70, ao ser aposentado compulsoriamente da escola em que trabalhou ao longo dos anos, e que precisa mudar de casa com a mulher com demência e recomeçar. Um homem, ou o “vovô” do título, que aceita filosoficamente as mudanças da vida. E vive sua velhice.

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Os livros chegaram às livrarias entre agosto e esta primeira quinzena de setembro Foto: Montagem com reprodução de capas

...E para o caminhar

Por falar nessa travessia que é a vida, Kaká Werá lança Tekoá: Uma Arte Milenar para o Bem-Viver (Bestseller, 176 págs., R$ 54,90). O autor, que pertence ao povo tapuia, mostra que a busca por uma vida mais harmoniosa e pela felicidade é milenar e conta o que aprendeu com os guaranis sobre evolução pessoal, mente, corpo e coração – uma autodescoberta a partir da “prática do bem-viver” e da observação da natureza. Um spoiler: nosso mundo interior e o mundo exterior precisam coexistir em paz.

Se precisar de um apoio...

Na esteira do best-seller Talvez Você Deva Conversar Com Alguém (Vestígio), chega às livrarias E Como Você se Sente em Relação a Isso? (Sextante; 320 págs., R$ 59,90). O terapeuta americano Joshua Fletcher compartilha histórias que ele viveu com quatro de seus pacientes e diz esperar que as pessoas terminem o livro acreditando que fazer terapia é menos assustador do que parece. E que é importante.

Opinião por Maria Fernanda Rodrigues

Editora de Cultura e jornalista especializada em literatura e mercado editorial

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