Inovando para cuidar do planeta

Empresas de construção, decoração e beleza investem em tecnologia para que os produtos sejam cada vez mais sustentáveis

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Por Alice Ferraz
Atualização:

Mármores e papéis de parede que agridem menos o ambiente ganham espaço entre os consumidores mais preocupados com o futuro do planeta.

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A tecnologia abraça cada segmento de nossas vidas e em cada área pode fazer a diferença a favor de um estado de satisfação, conforto e segurança. Um exemplo prático é o mármore, um clássico na construção e decoração, mas que durante o processo de extração na natureza gera uma enorme quantidade de resíduos sólidos, rejeitos com impacto ambiental negativo que afetam inclusive os recursos hídricos. Já existem, no entanto, empresas que, com uso de tecnologia de ponta, produzem o chamado “mármore ecológico”.

A Ariostea, marca italiana que foi a primeira produtora de chapas de pedras sintetizadas (compostos de pedras que passam por um processo químico sob alta temperatura), possui um grupo de geólogos e técnicos que estudam como transformar matérias-primas naturais, como quartzo e minerais, em materiais inovadores. Leonardo Mares Guia, da Galleria della Pietra, empresa que representa com exclusividade a Ariostea no Brasil, explica o processo inovador em relação à tecnologia tradicional da extração da pedra e que sinaliza a próxima fase da indústria mundial do revestimento. Um produto mais sustentável, reciclável e que tem todas as propriedades da pedra natural.

Gisele Bundchen, rosto da nova linha de produtos de beleza da Dior, que tem como ponto de partida uma descoberta científica Foto: Parfums Christian Dior

“O mercado de revestimentos passa por um momento estimulante com visão e investimentos em tecnologia”, diz Mariana Vianna Gaivão, diretora de marketing da JVN, maior importadora de papéis de parede do Brasil, que conta com 18 países em seu portfólio. Um deles é a Alemanha, pioneira no desenvolvimento de processos inovadores no setor. A tecnologia TNT ou non-woven, é reutilizável, reciclável, ecologicamente responsável e não possui materiais propagadores de fogo ou que podem emitir gases tóxicos em caso de incêndio. Mariana afirma que, no começo, os papéis de parede eram colados com farinha de trigo e água, o que costumava atrair insetos. De lá pra cá, estudos avançados nos trouxeram as colas atóxicas, sem cheiro e que não agridem o meio ambiente.

Ter um papel de parede bonito e com textura não é suficiente como elemento decorativo. Desde a matéria-prima sustentável e mais durável, passando pelo reaproveitamento e pelo descarte correto, toda a cadeia sofreu transformações com o uso do estudo e conhecimento para o aperfeiçoamento constante.

O mercado de beleza é um dos que se apoia em novas tecnologias para trazer novidades e proporcionar melhores resultados para a pele e o cabelo. Marcas que só trazem uma boa embalagem e cores atraentes não têm mais espaço com um público exigente que quer saber das empresas de beleza como tudo é feito e o que elas podem fazer em termos de inovação. Investimentos em pesquisas e dados concretos são fundamentais para mostrar na prática o conhecimento científico em fórmulas inovadoras.

A francesa Dior, um dos carros-chefes do conglomerado de marcas de luxo LVMH, não se apoia simplesmente em embalagens de luxo e nas celebridades estampando sua publicidade para atrair suas consumidoras. O principal lançamento Dior de beleza em 2020 é justamente uma linha ancorada em tecnologia patenteada usada para o tratamento contra o envelhecimento. Um estudo feito pela Dior Science, braço que há 40 anos desenvolve pesquisa cientifica em parceria com centros acadêmicos como a Stanford University, analisou 200 milhões de dados capturados em 600 mulheres de diferentes nacionalidades para entender como a tecnologia poderia ser usada para melhorar a aparência da pele e a favor da beleza. O uso de conhecimento gerado a partir da neurociência e inteligência artificial trazem resultados que comprovam às consumidoras a eficácia de determinados produtos, mesmo antes de eles começarem a ser consumidos pelas clientes. 

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A italiana Gucci e seu aclamado diretor criativo, o romano Alessandro Michele, lançou durante os últimos 12 meses importantes iniciativas sociais e ambientais usando todas as tecnologias disponíveis para aumentar o uso de matérias-primas recicláveis e fibras orgânicas em suas coleções, além de energia renovável em suas lojas, escritórios, armazéns e fábricas. A preocupação é legítima, já que a indústria da moda é uma das mais poluentes do mundo e o uso do conhecimento científico a favor do meio ambiente pode contribuir para melhorar a imagem do setor. A partir de um novo site e dos perfis nas redes sociais, esta nova Gucci busca associar seu nome a palavra equilíbrio e visa enfatizar um compromisso continuo de gerar mudanças positivas para o planeta.

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