Shows da Mangueira reúnem seleção de famosos

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Por Agencia Estado
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Os shows que a Mangueira promove todo ano no Rio e em São Paulo são para poucos sortudos. Na verdade, são fechados por empresas que colaboram com a escola de samba. Mais do que a energia mangueirense, o público privilegiado vê de perto uma escalação de convidados famosos. Chico Buarque é um que sempre está lá. Alcione e Leci Brandão também. Novamente, eles se uniram a outros artistas, como Dudu Nobre, Mart?nália, Lenine, Djavan, o hour-concours Jamelão e outros nomes. Em São Paulo, Mangueira e convidados se apresentaram terça-feira, no Tom Brasil Nações Unidas, seguindo o mesmo repertório da noite anterior, quando o show ocupou o Canecão, no Rio. Nos dois dias, os artistas mostraram não só clássicos da escola de samba, mas também músicas de seu repertório. Sentiu-se falta de Beth Carvalho e Milton Nascimento. Em São Paulo, Dudu Nobre abriu espetáculo ao lado de Rosemary e depois engatou sucessos seus como A Grande Família e Xodó de Mãe, esta ao lado de um extasiado Lenine. Os duos no palco são a grande sacada do evento. Lenine deixou o palco depois de cantar Meninos da Mangueira, ao lado de jovem Pedrinho do Cavaco. Sombrinha, por sua vez, depois de uma atuação-solo, cantou Leviana com Jamelão. Maria Rita, que parecia bastante nervosa nos bastidores do Tom Brasil, interpretou o sucesso Encontros e Despedidas e, junto com Alcione, O Ciúme. Djavan e Chico foram alvo dos suspiros femininos, como já é de praxe. No show de segunda, no Rio, Maria Rita já havia empolgado o público com o mesmo Encontros e Despedidas e ainda fez dois duetos: um com Tantinho da Mangueira, em Alvorada, e novamente com Alcione, em O Ciúme, de Caetano Veloso - que fala do Rio São Francisco, tema do desfile deste ano. De bengala Jamelão foi bastante festejado pelos cantores e pela platéia. Ele foi homenageado em Pedra 90, que diz "Ouçam os tambores de Mangueira/ Para agradecer aos céus/ Vida prolongada, voz abençoada/ De quem nasceu pra cantar samba." De blusa verde e calça branca, Chico Buarque, o mais esperado pela platéia de convidados no Canecão, apareceu já no fim da noite, trazido por Djavan, com quem entoou o hino maior, Exaltação à Mangueira. Depois, ovacionado, cantou as suas A Rita, Futuros Amantes e Quem te Viu, Quem te Vê. Chico cumpriu seu papel: encantou o público e se juntou aos demais, quando, já depois da meia-noite, entraram parte dos ritmistas e um casal de mestre-sala e porta-bandeira. E assim como ocorreu em São Paulo, Chico, Alcione, Leci, Dudu, Maria Rita, Djavan, Lenine e ainda Rosemary, Pedrinho do Cavaco, Emílio Santiago e Tantinho ajudaram Jamelão e os puxadores da escola a cantar sambas-enredo, como o memorável Caymmi Mostra ao Mundo o Que a Bahia e a Mangueira Têm. O presidente, Álvaro Caetano, era só alegria. Este é o único show que o Chico Buarque faz há nove anos no Brasil. "A Mangueira é a Mangueira".

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