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De antena ligada nas HQs, cinema-pipoca, RPG e afins

Livro cult revive o underground dos EUA

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Por Rodrigo Fonseca
Atualização:
 

RODRIGO FONSECA Com a entrada de "Sibéria", de Abel Ferrara, na grade da Amazon Prime, percebe-se que há lugar para cineastas malditos dos EUA nas plataformas digitais, mas fica uma pergunta: onde encaixar o udigrudi Made in USA? Essa resposta será oferecida ao público carioca que passar pelo Estação NET Rio esta noite, às 19h, para conferir o lançamento do livraço de análise e de crítica "Uma Introdução ao Cinema Underground Americano", de Sheldon Renan. O autor tem em seu currículo polivalente o crédito de direção de joias como "Treasure: In Search of the Golden Horse". Quem vem cuidar do lançamento, no Rio, é o animador Sávio Leite ("Vênus: Filó, a Fadinha Lésbica"), cuja produtora, a Leite Filmes, foi seminal para esse lançamento. Há décadas, o cinema underground é uma realidade estabelecida na produção audiovisual mundial, com destaque para "Scorpio Rising" (1963), de Keneth Anger. Quatro anos depois desse marco da transgressão ser finalizado, Renan publicou "An Introduction To The American Underground Film" (traduzido e editado aqui pela MMarte), buscando entender um novo meio de se investir em imagens em movimento a partir de uma abordagem avessa a cabrestos morais. Sheldon foi testemunha ocular de um fenômeno estético pautado no enfrentamento das convenções narrativas pautadas por dinheiro, não por expressões artísticas. No empenho de criar um tratado histórico sobre representações desviantes de uma (dita) norma industrial, Renan cartografa o espírito libertário de nomes hoje consagrados como Anger, Ken Jacobs, Marie Menken e Andy Warhol.

"Scorpio Rising"  

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Com uma única edição no Brasil - lançada em 1970 e fora de catálogo desde então -, "Uma Introdução ao Cinema Underground Americano" oferece às novas gerações uma chance de entender um outra forma de se fazer filmes nos EUA, relevante mesmo quando a chamada Nova Hollywood, de Scorsese, Coppola, Brian De Palma & cia. engajaram a produção de seu país em narrativas revolucionárias na representação social e política de sua realidade. Falando em underground, "Matou a Família e Foi ao Cinema" (1969), de Julio Bressane, vai ser exibido a partir das 23h59, desta sexta, no Estação NET Botafogo.

p.s.: Sucesso durante a pandemia em uma série de sessões virtuais, a comédia interativa "O Auditório", protagonizada por Heder Braga, faz agora apresentação presencial, no Teatro Municipal de São Gonçalo, dia 28 de março, às 19h. Com texto de Pedro Henrique Lopes e direção de Diego Morais, a peça é inspirada na infância do ator no interior do Pará e mistura realidade e ficção ao homenagear apresentadores que marcaram a vida de Heder: Hebe, Bolinha, Silvio Santos, Gugu, Faustão, Xuxa, Angélica, Chacrinha, Márcia Goldschmidt e outros.

p.s.2: No começo da pandemia da Covid-19, o ator e diretor Pedro Monteiro viu todos os seus projetos profissionais serem cancelados ou paralisados de uma hora para outra. Na ocasião, ele, pai recente de uma bebê de apenas seis meses, recebeu uma mensagem da sogra com a seguinte pergunta: "Você já parou para pensar como vai explicar para Pilar o que aconteceu no primeiro ano de vida dela?", indagava a jornalista e professora Andrea Estevão. Foi assim que surgiu a ideia do documentário "Primeiro Ano", com direção de Pedro, que estreia, dia 28 de março, com sessão gratuita, às 19h, no Estação Net Botafogo. A partir deste momento, já decidido a fazer um filme, ele começou a reunir muitas imagens da pequena Pilar, hoje com três anos, e a coletar depoimentos de profissionais de áreas diversas que pudessem falar para a criança sobre o seu primeiro ano de vida. Após uma única sessão no cinema, a obra vai ficar disponível no Youtube durante dois meses (https://youtu.be/-qUq0atj-ug). "Primeiro Ano" é patrocinado pela Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura e Controllab por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura - Lei do ISS.

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