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De antena ligada nas HQs, cinema-pipoca, RPG e afins

'Mali Twist' traz Guédiguian ao Festival do Rio

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Por Rodrigo Fonseca
Atualização:
O diretor Robert Guédiguian virá ao Rio lançar um longa de tons românticos ambientado nos anos 1960  Foto: Estadão

RODRIGO FONSECA Fiel leitor de Marx desde a adolescência, em Marseille, Robert Guédiguian levará o velho barbudo consigo em sua passagem pelo Festival do Rio 2022, na semana que vem, onde vai exibir "Mali Twist" ("Twist à Bamako"), no Estação NET Botafogo 1, na terça, às 21h30, e no Reserva Cultural de Niterói, na quarta, às 21h15. Marxista de carteirinha, famoso por filmes pautados por lutas de classe como o cult "A Cidade Está Tranquila" (2000), ele desfocou suas lentes de sua Marselha natal, cenário de boa parte de sua obra como realizador, para se concentrar no Mali, em meio a uma explosão socialista na África. Lá, um jovem leitor de Marx se apaixona por uma jovem que tenta fugir de um casamento arranjado. "Um filme político, cru, sem qualquer brecha para o humor, o amor, o suspense, vai ter uns 50 espectadores. Um filme de tons políticos que se vende como comédia ou drama alcança o triplo disso", disse Guédiguian ao Correio da Manhã, no Rendez-vous Avec Le Cinéma Français, da Unifrance, em janeiro. "A necessidade de o cinema se abrir para o diálogo com públicos mais amplos não significa fazer concessões, abrir a guarda. Significa pensar no espectador a partir das regras que ele conhece e gosta. Seguir regras não diminui a vontade de transgressão. O diretor de teatro Jean Villar tinha uma frase ótima sobre isso: 'Elitismo para todos'. Hoje, no cinema em que eu acredito, herói é a pessoa que pensa no próximo. E essa pessoa está nas ruas. No trato com o público, artistas fabricam ideologias. A arte funda um povo".

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