Quiroga lança projeto em que mostra como aproveitar os períodos astrológicos

Plataforma Únicos oferece uma análise integrada do ser humano, que responde vai além das dúvidas sobre astrologia

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Por Danilo Casaletti
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No calendário gregoriano, 2021 começou há mais de três meses. Porém, no céu, ou melhor, para os astros, ele só chega no próximo dia 20 de março, quando a Terra entra no signo de Libra e vê o sol ingressar em Áries. A explicação é do astrólogo, psicólogo e humanista Oscar Quiroga, que escreve no Estadão há 34 anos.

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Argentino que adotou o Brasil e a astrologia há mais de quatro décadas, Quiroga lança um novo projeto: a plataforma Únicos (osunicos.com.br). Ao lado da terapeuta Luciana Ross e da empreendedora social Renata de Paula David, vai oferecer uma análise integrada do ser humano – seu grande objeto de estudo – e mostrar como é possível aproveitar os períodos astrológicos que se apresentam, como o próprio ano novo cósmico.

Em breve, no site, Quiroga lançará uma seção chamada Pergunte ao Astrólogo, na qual, mediante uma assinatura mensal, responderá a dúvidas individuais sobre astrologia. Ele planeja ainda um curso para passar seus conhecimentos sobre o que ele chama de Astrologia dos 7 Raios. 

'A pandemia não é uma calamidade de saúde pública, os governos são a calamidade' Foto: Bob Wolferson

“O universo é um enorme sistema de distribuição de vida. Tudo que existe nele é um ponto de apoio pelo qual a vida se manifesta e se distribui. Esse entendimento é o que eu pretendo transmitir e o que espero que alguém esteja interessado em dar continuidade”, diz. Na sequência, a entrevista com Oscar Quiroga

Qual tipo de orientação você vai oferecer no site Únicos? O site é síntese do trabalho de um trio: Luciana Ross, com a quiropraxia e seu método de alinhar corpo e alma; Renata de Paula David, com seu conhecimento de arte e trabalho humanitário no Instituto YBI (que presta apoio a projetos sociais); e eu, que junto humanismo e astrologia. Em astrologia, vou não só traçar e interpretar o mapa astral, mas também oferecer uma agenda de eventos astrológicos personalizados por um período de seis meses. Com isso, a pessoa poderá acompanhar sua relação individual com esses eventos.

Como se dará esse trabalho integrado? Somos seres assustados diante da complexidade da vida, em vez de corajosos e atrevidos. Teremos uma ação terapêutica para ensinar o ser humano a minimizar suas dores e administrar as adversidades. Consequentemente, acontecerá o despertar. Quando você minimiza a dor, vem a vontade de ajudar o próximo. Somos seres solidários. Mas, assustados, não conseguimos ajudar nem a nós mesmos.

Você também tem o cursosobre Lua Vazia. O que elasignifica? É um evento bastante empírico na astrologia, de fácil demonstração. A cada dois dias, dois dias e meio, há um período, de duração variável, que é a Lua Vazia. O ideal seria que, nesse período, você fechasse a cortina e fosse descansar. Isso porque há uma alternância entre os períodos de objetividade, que são os produtivos, e os de subjetividade, que são de retração. Nem sempre eles acompanham os ciclos circadianos (de 24 horas). Se você tiver consciência desses períodos e passar a se organizar em torno desses pequenos ciclos, sua vida melhora muito.

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É algo como o Mercúrio retrógrado, do qual muitas pessoas têm medo? Ele é uma tendência dos que se apropriam da linguagem astrológica, que sempre foi muito catastrófica. Os antigos viam que algo luminoso no céu, que eles nem sabiam que era um planeta, estava andando para trás e achavam que algo de ruim iria acontecer. Na verdade, ele fica retrógrado quando está mais perto da Terra e o que ele oferece, que é a lucidez e discernimento, fica mais disponível. Porém, para o ser humano e sua complexidade, não é fácil apenas abrir a janela e receber essa lucidez. Você tem de encontrar o ângulo certo, saber usá-la de forma correta. E o ser humano não quer muita lucidez, pois esconde muita coisa. O que seria, por exemplo, da classe política se o povo ficasse lúcido? Há muita coisa que precisa ser reescrita e ressignificada na astrologia. Uma interpretação que precisa ser revista, por exemplo, é a que associa o feminino à Lua. A Lua é um cadáver que não tem luz própria, que depende da luz solar, que é masculina, para ser alguém. Uma ideologia patriarcal que não faz mais sentido. 

O ano novo astrológico começa agora em março. O que esperar dele? Há também outra bobagem nessa análise, sobretudo naquela que fala sobre regência planetária. Essa astrologia cabalística é do tempo dos babilônios. E eles conheciam só até Saturno. Não sabemos como seria o ano de Urano, Netuno e Plutão. Repetem-se tabelas que não se aplicam mais. Por isso, não dá para dizer que este ano é de Vênus, que vamos todos amar, ser lindos e bem asseados. O que acontece é que começa uma nova ronda astrológica que é sempre muito importante. O zodíaco é um plano de evolução da consciência, que tem ciclos mensais, no qual, se você se organizar, aquilo que você inicia em um equinócio vai evoluindo até chegar a uma conclusão.

Você vê uma transformação da humanidade com a pandemia? A pandemia não é uma calamidade de saúde pública. Ela nos mostrou que os governos no mundo são a calamidade. Não há estrutura política ou administrativa para servir o povo. Os governos são uma farsa mundial. O desastre foi descobrir que estamos à nossa própria sorte. Vamos continuar à deriva por mais duas gerações. O futuro do planeta é que os governos terminem. Tudo será privatizado, pois são os empresários que sabem administrar.

Sei que você não gosta de falar em previsões... Eu já te dei um montão delas... (risos)

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Há alguma condiçãoastrológica que indique o fim da pandemia? Não tem. Nem será tão rápido. A pandemia, como um fenômeno microbiológico, é uma coadjuvante da cena. O mundo está mudando porque os governos estão em colapso. Ninguém sabe o que fazer, qual iniciativa tomar. A classe política se acomodou com a pandemia e o povo que vai se ferrar, como acontece desde o princípio da História.

Nesta época de incertezas, as pessoas têm buscado mais ajuda da astrologia? Sim, não apenas da astrologia, mas também da terapia, da medicina. Até o ano passado, a programação normal de um ser humano era construir uma vida com trabalho, filhos, cachorro, gato, lazer. Tudo isso acontecia com as pessoas passando menos tempo em casa. Com a pandemia, isso foi subvertido. Tivemos que assumir diversas funções além das já existentes. Ficamos muito mais atarefados, sob pressão. Temos de segurar o mundo inteiro em nossas mãos. Estamos angustiados. Essa angústia é quando nossa respiração vai se estreitando com os sustos que levamos. Então, qualquer maneira ou prática que possa contrabalançar esse estreitamento é bem-vinda.

O preconceito com a astrologia diminuiu ao longo dos anos? Ainda há muito. E, em parte, ela merece esse preconceito. Merece desde os tempos bíblicos, quando membros de uma seita na Babilônia que se intitulavam astrólogos – que, na verdade, eram os senhores que escravizavam os judeus – tinham conhecimento sobre os eclipses e os ritualizavam, como se fossem eles que estivessem provocando esses fenômenos. Uma farsa. Dali, a astrologia começou a andar pelo mau caminho. Hoje em dia, ela ainda é usada por muitos como um método de adivinhação. Uma previsão tola. Ela não é isso. É um método de orientação.

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Você juntou o humanismo com a astrologia. Como isso aconteceu? Quando comecei a publicar meus textos no Estadão, em 1991, eu iniciava o texto com algo como “no céu a lua está cheia no signo de Virgem...”. No segundo parágrafo, colocava “enquanto isso, os seres humanos na Terra...”. Fiz a associação entre o destino do ser humano e a técnica da astrologia. A correspondência entre céu e Terra. Foquei no ser humano não como indivíduo, mas como parte deste planeta e que tem que lidar com uma diversidade de forças, da natureza, as morais da civilização, as misteriosas. Nós temos a capacidade de viver tudo isso e, ao mesmo tempo, de tentar entendê-las. 

Como você se adaptou às redes sociais, lugar no qual você também fala de astrologia? As redes sociais têm algo muito rico, que é o contato com o público. É enriquecedor porque você entende o impacto do que você publica e o que toca as pessoas. Escrevo há 34 anos e já reinventei minha escrita muitas vezes, até para eu mesmo não me cansar. Lido bem. Tento fazer as pessoas pensarem, que é o objetivo principal do meu trabalho.

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