No Brasil acontece coisa (mais ou menos) parecida. Há dias ficamos sabendo que faltam tornozeleiras eletrônicas no País. Esgotou-se o estoque do dispositivo, se é que cabe o termo, que a Polícia Federal usa para rastrear os indiciados e os suspeitos e evitar que eles se mandem do Brasil ou simplesmente desapareçam das telas. Não sei se as tornozeleiras são fabricadas aqui ou se são importadas, mas tem gente enriquecendo com elas como os fabricantes de carrinhos de mão na Alemanha arruinada. Com a diferença que lá os carrinhos simbolizavam uma crise econômica e aqui a falta de tornozeleiras simboliza uma crise moral.
Há mais investigados pela Polícia Federal em liberdade condicional do que tornozeleiras para localizá-los. Ter tornozeleira enquanto outros estão na fila de espera pode até ser um sinal de status. Quem se queixar de não ter a sua pode muito bem ouvir como resposta:
– Desculpe, estamos em falta. Mas assim que vagar uma o senhor será notificado.
E ouvi dizer que em Brasília muita gente já incorporou a tornozeleira aos seus hábitos sociais.
– Precisamos marcar um almoço um dia desses!
– Claro. Minha tornozeleira ligará para a sua.
Não sei se a falta de tornozeleiras já foi sanada. De qualquer maneira, nenhum outro país do mundo terá tido uma experiência igual. Mais um título mundial!