'A Vida da Gente' começa a ser reprisada na TV Globo

Folhetim de Lícia Manzo conta história de amor que passa por provações; autora e atores falam do retorno da trama

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Por Eliana Silva de Souza
Atualização:

Escrita por Lícia Manzo, A Vida da Gente começa a ser reapresentada nesta segunda, 1º, no horário das 6, e, como a anterior, conta com direção de Jayme Monjardim. Primeira novela da autora, que vinha de colaborações em outros produtos da Globo, entrou no ar em 2011 e fez o público mergulhar em uma trama cheia de emoção, que rodeava a vida de três jovens têm o destino alterado por um acidente trágico.  Entram em cena, as irmãs Ana (Fernanda Vasconcellos) e Manuela (Marjorie Estiano), que têm uma ligação de amizade e companheirismo muito grande, mas que recebem tratamento diferente da mãe, Eva (Ana Beatriz Nogueira). Enquanto Ana, uma jovem promessa no tênis, tem toda a atenção da mãe, uma mulher controladora e que vive para essa filha e sua trajetória de premiada atleta, Manuela é praticamente esquecida por essa mãe disfuncional.

Eva é casada com Jonas (Paulo Betti), que é pai de Rodrigo (Rafael Cardoso) e Nanda (Maria Eduarda). Entre os conflitos inerentes a essa relação familiar, desponta o amor entre Ana e Rodrigo, que foram criados juntos desde criança, com o casamento dos pais. O envolvimento dos dois irmãos postiços é descoberto quando os pais estão se separando, o que tornará esse relacionamento impossível de se concretizar. Mas Ana engravida e sua mãe faz com que ela tenha a filha fora do País e que a criança não seja apresentada como sendo sua. Quando volta, Ana sofre um grave acidente em entra em coma. 

Cena de 'A Vida da Gente', com Nicette Bruno, Marjorie Estiano eStênio Garcia Foto: João Miguel Júnior/TV Globo

Ao Estadão, Lícia Manzo fala sobre inspiração para a criação da história. “Penso que o processo de criação alquimiza observação pessoal, experiências, leituras, filmes, canções, encontros, desencontros. Na época, duas pessoas com quem havia trabalhado, por diferentes razões, entraram em coma. E o desconforto de pensar nelas – estão vivas? estão mortas? – talvez tenha detonado meu interesse pelo tema”, revela. O coma é um estado misterioso estacionado entre a fina fronteira que separa vida e morte, diz a autora, que explica que, por isso “Ana, mesmo ausente, atravessa o cotidiano e as relações de todos os personagens”.  Fernanda Vasconcellos lembra com carinho da época das gravações, a relação com colegas e como a história a faz refletir sobre lidar com a particularidade de cada ser humano. “Todos temos o bom e o ruim, e para conviver precisamos aceitar que todos temos defeitos, também erramos tentando acertar.” A protagonista revela que a novela A Vida da Gente me a leva a pensar sobre enxergar nossos limites e os limites do outro. “O texto da Lícia é existencial, expõe a beleza e a limitação dos seus personagens.” Viver a Ana, para Fernanda, mostrou que “cada um tem o seu tempo interno para fazer escolhas, seguir caminhos e eu gosto exatamente disso na Ana: ela respeitou e aprendeu no tempo dela”, afirma. Ela avalia que viver esse amor entre as irmãs foi um aprendizado “porque a Marjorie é uma atriz que se deixa atravessar pelo personagem”. Essa postura da colega foi um momento intenso, pois “ver um profissional tão inteiro assim em cena é o melhor que se pode ter no trabalho e no resultado dele”, diz. Foi uma história que fez com o público ficasse dividido entre as protagonistas. “Porque entre elas o que prevalece é o amor, não tem certo e errado, tem o amor e como resolver as reviravoltas que aparecem na vida.” Guardando boas recordações desse trabalho, de colegas e das viagens para gravar no Rio Grande do Sul e em Bonito, Rafael Cardoso, que viveu seu primeiro protagonista na emissora, confessa que a responsabilidade era grande e “a expectativa por resultados me assustava um pouco. Mas deu tudo certo”. Do personagem, afirma que Rodrigo é um cara do bem, “uma alma boa e, dadas às circunstâncias ele acaba se apaixonando pela irmã da mãe de sua filha, Manu, com quem já convivia”. Segundo o ator, interpretar o protagonista exigiu muito dele na época. “Mas acredito que todo personagem requer trabalho e atenção! Mas este, em particular, tinha uma grande carga dramática.”

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