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Agricultura não pode atrapalhar acordo, diz Schroeder

Por Agencia Estado
Atualização:

O chanceler alemão, Gerhard Schroeder, disse nesta quarta-feira, em discurso para empresários brasileiros e alemães, que "alguns interesses do setor agrícola que sejam levados a primeiro plano não devem ser empecilho para um acordo de livre comércio entre a União Européia e Mercosul." Em seu pronunciamento na Câmara Alemã, Schroeder afirmou que a Alemanha tem enorme interesse e está se empenhando muito para a realização desse acordo. Autoridades alemãs no Brasil disseram publicamente que o país quer esse acordo antes da criação da Alca (Área de Livre Comércio das Américas), prevista para entrar em vigor em 2006. A questão agrícola tem sido, de fato, motivo de discórdia nas negociações. Em outubro, a União Européia apresentou ao Mercosul uma pauta para a negociação agrícola, mas, de forma geral, a proposta não agradou ao setor brasileiro do agronegócio. Os europeus são bastante conhecidos por proteger seus produtores agrícolas por meio da Política Agrícola Comum, altamente subsidiadora. Schroeder afirmou que, no encontro desta quinta-feira com o presidente Fernando Henrique Cardoso, vai discutir um plano de ação conjunta para desenvolver uma parceria bilateral estratégica em diversos setores e melhorar a cooperação bilateral. O chefe de Estado alemão ressaltou que a importância do Brasil no continente e além dele é igual à que a Alemanha tem na Europa. Por isso mesmo, é indispensável para os alemães aprofundarem as relações econômicas com o Brasil. Schroeder pediu apoio do Brasil no combate ao crime organizado em todo o mundo e ao terrorismo, o que, segundo o chanceler, exige uma democracia forte e respeito aos Direitos Humanos. Esses dois fatores são a base comum para a atuação conjunta de Brasil e Alemanha. Schroeder reiterou a posição de seus assessores mais próximos, incluindo o ministro da economia, Werner Muller, de que a Alemanha quer um acordo Mercosul-União Européia no mesmo nível da Alca. O chanceler alemão vai nesta quinta-feira a Brasília, onde se reúne com o presidente Fernando Henrique Cardoso e debate as relações econômicas bilaterais com os ministro Pedro Malan, da Fazenda, e Sérgio Amaral, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

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