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Supersafra: 1ª previsão da Conab para 2024/25 é de recorde; saiba a estimativa por tipo de grão

O volume de 322,47 milhões de toneladas estimado pela companhia, anunciado nesta terça-feira, 15, representa uma alta de 8,3% em relação à anterior

Foto do author Isadora Duarte
Atualização:

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê uma nova supersafra brasileira de grãos. A estimativa da companhia, divulgada nesta terça-feira, 15, é de produção de 322,47 milhões de toneladas na temporada 2024/25, crescimento de 8,3% em comparação com a safra anterior (2023/24), ou 24,62 milhões de toneladas a mais. Em relação à safra recorde de 2022/23, de 319,8 milhões de toneladas, há aumento de 0,8% na produção prevista.

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“O primeiro levantamento indica uma safra recorde e superior à supersafra 2022/23. É uma notícia importante para a nossa economia e para os países que abastecemos”, disse o diretor-presidente da Conab, Edegar Pretto, em webinar de apresentação do 1º levantamento da safra 2024/25.

Para a área cultivada, a Conab estima avanço de 1,9% sobre a safra anterior, passando de 79,83 milhões de hectares para 81,34 milhões de hectares. A produtividade média pode crescer 6,2%, de 3.731 quilos por hectare para 3.964 kg/ha.

Entre as previsões da safra, Pretto destacou a expectativa de crescimento na produção de arroz, com alta de 9,9% na área cultivada e de 13,8% em volume, para 12,05 milhões de toneladas.

“O primeiro levantamento indica que voltaremos às grandes safras de arroz, retornando aos patamares históricos de produção de 201 e 2016, com expectativa de aumento de área plantada em todas as regiões. Teremos uma safra com aumento de produção e diversificação”, observou Pretto.

No caso da soja, principal cultura de verão, os produtores também devem destinar uma maior área para o grão, com elevação de 2,8% quando comparada à temporada anterior Foto: Jonne Roriz/AE - 11/1/2008

De acordo com estimativas da Conab, a expansão do cultivo de arroz será de 33,5% no Centro-Oeste, 16,9% no Sudeste, 8,7% no Sul, 5,2% no Nordeste e 4% no Norte, chegando a uma área total semeada no País de 1,768 milhão de hectares.

Pretto também citou a perspectiva de aumento na área plantada e na produção de feijão, para o qual se espera área semeada de 2,88 milhões de hectares no atual ciclo e colheita de 3,26 milhões de toneladas, 0,5% acima da safra anterior.

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“Em que pese não temos aumento tão significativo na produção de feijão, esse crescimento vem sobre a safra passada que já foi de recuperação”, afirmou Pretto, mencionando preocupação do governo federal com o abastecimento de alimentos básicos.

Soja

No caso da soja, principal cultura de verão, os produtores também devem destinar uma maior área para o grão, com elevação de 2,8% quando comparada com a temporada passada. “No entanto, o porcentual de crescimento de área da oleaginosa está arrefecido nesta safra, sendo este o terceiro menor porcentual de incremento registrado desde o ciclo 2009/2010″, ponderou a Conab.

O atraso do início das chuvas, sobretudo nos Estados do Centro-Oeste, vem atrapalhando os trabalhos de preparo do solo e do plantio. Ainda assim, a produção está estimada em 166,05 milhões de toneladas, aumento de 12,7% ante a temporada anterior (147,38 milhões de t).

Milho

Para o milho, a Conab projeta uma recuperação de 3,5% na safra, sendo estimada uma colheita total em torno de 119,74 milhões de toneladas, crescimento de 3,5% sobre a safra anterior (115,70 milhões de t). A área deve ser mantida em 21 milhões de hectares. Na primeira safra do cereal, tanto a produção como a área cultivada, a expectativa é de redução de 1,1% e 5,4% respectivamente, passando para 3,76 milhões de hectares semeados, com a produção estimada em 22,72 milhões de toneladas ante 22,96 milhões de t na primeira safra de 2023/24.

Algodão

No caso do algodão, a primeira previsão indica crescimento de 2,9% na área a ser semeada, para um total de 2 milhões de hectares. A produção de pluma está estimada em 3,67 milhões de toneladas (praticamente estável ante 2023/24).

Arroz

Conforme a Conab, neste ciclo, o arroz deverá apresentar crescimento de 9,9% na área semeada. “A alta é verificada em todas as regiões do País, com destaque para o Centro-Oeste e o Sudeste, onde o incremento alcança 33,5% e 16,9% respectivamente”, comentou a estatal.

Só em Mato Grosso, os produtores vão destinar cerca de 133 mil hectares para o cultivo do cereal, com uma elevação de 39,3% quando comparada com a área registrada na temporada de 2023/24. Em Goiás esse aumento atinge 24%, índice pouco menor que o registrado em Minas Gerais, onde se verifica uma alta de 25,1%.

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O Sul, principal região produtora de arroz no País, também tende a registrar uma maior área cultivada, alcançando cerca de 1,16 milhão de hectares. Esse cenário influencia na expectativa de maior produção, com a colheita sendo estimada em 12,05 milhões de toneladas, aumento de 13,8% ante ciclo anterior (10,59 milhões de t) e recuperando o volume obtido na safra 2017/2018.

Feijão

Para o feijão, a Conab também espera um ligeiro aumento na área semeada, saindo de 2,86 milhões de hectares em 2023/24 para 2,88 milhões de hectares no atual ciclo. Cultivado ao longo do ano, a maior elevação é esperada para a área semeada na primeira safra da leguminosa, com uma alta de 2,3%, sendo estimada em 881,3 mil hectares, resultando em uma produção de 947,3 mil toneladas (pequeno aumento de 0,5% ante 2023/24, que foi de 942,3 mil t).

Já a expectativa de produção total do grão no País, somando-se os três ciclos cultivados, é de 3,26 milhões de toneladas, 0,5% acima da safra anterior (3,24 milhões de t).

Culturas de inverno

A primeira expectativa de produção acima de 12 milhões de toneladas para as culturas de inverno não se confirmou, segundo a Conab, influenciada principalmente pelas condições climáticas registradas nas regiões produtoras.

Trigo

O trigo, principal cultura dentre os cultivos de inverno, teve a previsão de safra reduzida para 8,26 milhões de toneladas neste levantamento, o que ainda assim corresponde a um aumento de 2,1% ante 2023 (8,10 milhões de t).

“Problemas no clima durante todo o ciclo, sobretudo no Paraná, como estiagem no início, a falta de clima frio predominante, ocorrência de dois períodos de geadas em agosto e de doenças justificam tal redução. No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina o cenário é mais positivo”, explicou a Conab.

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