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Além de Arteris, canadense Brookfield também procura comprador para Quantum e BRK

Gestora de investimentos, que é muito ativa no Brasil, estaria colocando ativos da carteira à venda por conta de prazo de fundo; momento é desafiador devido à volatilidade do mercado

Foto do author Fernanda Guimarães
Por Fernanda Guimarães
Atualização:

Além da empresa de concessões rodoviárias Arteris, a gestora canadense Brookfield, um dos investidores estrangeiros mais ativos no Brasil, com R$ 156 bilhões sob gestão no País, também está buscando comprador para outros dois investimentos: linhas de transmissão da Quantum, do setor elétrico, e a empresas de saneamento BRK, disseram fontes.

No caso do processo de venda da Quantum, a Brookfield contratou o BTG Pactual e o Itaú BBA para conduzirem o processo. A venda não inclui toda empresa, mas de cerca de 30% de seus ativos. Na BRK Ambiental, ex-Odebrecht Ambiental, adquirida pela gestora em 2017, o processo de venda ainda não é formal, mas a gestora já interage com potenciais compradores interessados em infraestrutura. Fora isso, o fundo vem também buscando compradores para a participações que detém em alguns shoppings centers, como o Higienópolis e Pátio Paulista, ambos em São Paulo.

Estação de tratamento de esgoto Cabanga, em Recife, obra da BRK Ambiental, ativo que a Brookfield colocou à venda  Foto: Divulgação

As vendas dos ativos pela Brookfield, apurou o Estadão, têm relação com o mandato de seus fundos. Ou seja: chegou o momento de vender os ativos da carteira e retornar o capital aos investidores. A Arteris, por exemplo, é um investimento antigo do portfólio, o que justifica sua negociação. O momento para a venda, contudo, não é o mais favorável, dado o ambiente global de incertezas e aversão ao risco, situação piorada no Brasil com o ano eleitoral.

Em paralelo ao processo para uma venda privada, a BRK busca uma oferta inicial de ações (IPO, na siga em inglês), sendo que os documentos foram atualizados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no fim de maio. No prospecto da oferta, contudo, a Brookfield não consta como acionista vendedor. Uma abertura de capital, porém, deixaria a porta aberta para o desinvestimento.

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Apesar da reciclagem de carteira, algo comum nas gestoras, a Brookfield segue compradora no Brasil. No ano passado, por exemplo, investiu cerca de R$ 10 bilhões por aqui, ao passo que as vendas de ativos somaram R$ 5,5 bilhões. Apenas no primeiro semestre deste ano já investiu R$ 10 bilhões (o que inclui a compra da Unidas e de 12 prédios da BR Properties) e vendeu R$ 3,6 bilhões.

Com presença há mais de um século no Brasil, em entrevista recente ao Estadão, o presidente da gestora no País, Henrique Martins, reafirmou o interesse do fundo no Brasil e destacou que, entre 2022 e 2024, a intenção é investir R$ 41 bilhões nas empresas da carteira, sem contar eventuais aquisições.

No País, a Brookfield também tem em sua carteira a Tegra Incorporadora, a Aldo Solar, Ouro Verde, Elera Renováveis e NTS, dentre outros.

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Procurada, a Brookfield afirma que sempre está avaliando oportunidades de aquisições e de reciclagem de capital” e que não comenta sobre especulações de mercado ou possíveis transações”.

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