O secretário executivo do Ministério das Comunicações, Paulo Lustosa, descartou hoje a possibilidade de o Brasil desenvolver um padrão próprio de televisão digital. Apesar de reconhecer que a idéia chegou a ser cogitada, ele defendeu que assumir uma tarefa como essa seria o mesmo que tentar "reinventar a roda". Segundo ele, a intenção agora é: ?discutir todas as possibilidades e avaliar todos os aspectos para definir quais dos padrões disponíveis se adapta melhor à realidade brasileira." O secretário ressaltou que esse posicionamento é um reflexo das experiências observadas em outros mercados. Segundo ele, a Austrália teve um prejuízo de US$ 10 bilhões ao tentar desenvolver um padrão próprio e acabou migrando para sistema americano. Se o governo optar de fato por aderir algum modelo estrangeiro, há três alternativas: o padrão DVB europeu, o ATSC americano ou o ISDB japonês. De acordo com Lustosa, a idéia é avaliar cada um deles com base nos critérios de conectividade, interatividade e adequação à estrutura de renda do País. Escolha do padrão Lustosa insistiu que ainda não há uma decisão sobre o assunto, mas sugeriu que o padrão americano pode não ser a melhor alternativa para o mercado brasileiro. Segundo ele, trata-se de um sistema que "preza principalmente a qualidade". "Nós precisamos de um padrão que seja o mais adequado possível à inclusão digital", acrescentou. Apesar de descartar um padrão brasileiro de TV digital, Lustosa ressaltou que a idéia é criar um sistema capaz de adaptar padrões estrangeiros à realidade do País e permitir uma evolução em direção às características da sociedade. Segundo ele, as apostas do governo nesse sentido se apóiam, principalmente, no desenvolvimento do chamado "middleware", software de TV interativa.