PUBLICIDADE

Publicidade

Cartas

Caju: enxertia é propagação ideal

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Fui a Natal e não deixei de visitar o maior cajueiro do mundo, dos quais trouxe quatro castanhas, que plantei em um pote de sorvete. As mudas, agora, estão lindas, com 17 centímetros de altura cada uma. Só poderei levá-las para o plantio definitivo, porém, em julho, no município de Bariri (SP). Antes disso, posso replantá-las individualmente em caixas tipo longa-vida, de sucos?

PUBLICIDADE

APARECIDO ISRAEL ISRALAEL@YAHOO.COM.BR

O pesquisador da Embrapa Agroindústria Tropical, de Fortaleza (CE), Antonio Teixeira, diz que o fato de o leitor ter coletado sementes do maior cajueiro do mundo não significa que as plantas resultantes serão iguais à planta-mãe, nem que terão a mesma longevidade. "As sementes têm muita variabilidade genética, há polinização cruzada, ou seja, os frutos são originados de pólen de árvores diferentes", diz. Para ter a garantia de ter plantas geneticamente idênticas à planta-mãe deve-se arrancar um galhinho e com ele fazer enxertia do cajueiro, o que requer mão de obra especializada. Além disso, provavelmente é proibido ficar arrancando galhinhos do cajueiro gigante, já que, como importante ponto turístico de Natal, ele deve ser preservado. Teixeira diz, ainda, que é possível transplantar as mudas para embalagens longa-vida, misturando-se um terço de terra argilosa, mais um terço de areia e um terço de húmus de minhoca. "Não se deve usar esterco de curral neste caso, para não queimar as raízes." Entretanto, como faltam apenas dois meses para o transplante definitivo das mudas, talvez não valha a pena ficar trocando-as de recipiente. Ainda sobre a época de plantio, julho não é o período mais indicado, dada a incidência menor de luz solar e ao tempo seco. Plantio de muda frutífera, via de regra, é feito na época das águas, ou seja, no verão. Se não for possível, Teixeira recomenda, após o plantio, regar cada muda com no mínimo 5 litros de água, diariamente. O pesquisador se põe à disposição no e-mail teixeira@cnpat.embrapa.br. tel. (0--85) 8869-2950.

Tangerineira antiga não produz mais

Tenho, no quintal de casa, uma tangerineira com 20 anos. De alguns anos para cá, porém,parou de produzir, nem sequer floresce. FERNANDO TOLFFO OSASCO (SP)

Conforme o pesquisador Dirceu Mattos Júnior, do Centro de Citricultura Sylvio Moreira, do IAC-Apta, em Cordeirópolis (SP), são vários os motivos que podem levar à redução da produção, dos quais podemos citar doenças como a podridão floral dos citros, o definhamento da planta pela idade avançada e/ou falta de desbaste de frutos jovens ao longo do tempo. Além disso, a disponibilidade de água, tanto em excesso quanto em déficit, entre o pré-florescimento e a fixação dos frutos jovens, além do estado nutricional inadequado. "Alguns desses problemas podem ocorrer de forma mais severa num determinado ano e não no outro", diz Mattos Júnior. "Se a planta não retomar o desenvolvimento adequado, deve-se substituí-la por uma muda nova, tomando-se os cuidados necessários para o seu plantio e desenvolvimento inicial." Mais informações no Centro de Citricultura, tel. (0--19) 3546-1399.

Leitor quer saber sobre pupunha

Publicidade

Gostaria de saber mais sobre o plantio de palmito pupunha.

JOSÉ EDUARDO JE@HOTELRIVIERA.COM.BR

A pupunheira (Bactris gasipaes Kunth.) é originária de regiões tropicais e deve ser plantada em locais de clima quente e úmido, com temperatura média anual de 22 graus e chuvas bem distribuídas ao longo do ano, segundo a pesquisadora Valéria Augusta Garcia, do Instituto de Botânica (SMA/SP). "De maneira geral, a pupunheira prefere solos arenosos, a pesados e argilosos. Embora exigente em água, ela não se desenvolve em solos encharcados." A propagação é por sementes, que devem ser semeadas logo após o recebimento, pois, com a armazenagem, perdem rapidamente sua viabilidade. Já mudas prontas devem ter entre 20 e 30 centímetros, de seis a oito folhas vivas e estar completamente adaptadas às condições de luz do local de cultivo. "Antes do transplante, recomenda-se a retirada progressiva das mudas da sombra à medida que a planta se desenvolve para que ocorra o endurecimento." A pesquisadora diz que, na hora de comprar mudas, é preciso observar aspectos como o diâmetro do coleto (base da haste) e se o sistema radicular está bem desenvolvido. "Também não pode haver mancha nas folhas e haste, pois isso pode ser sinal de doenças. E deve-se evitar mudas muito altas." Antes do plantio, é preciso limpar completamente a área, fazer a correção do solo e adubação de acordo com indicação da análise de solo. "O plantio das mudas deve ser feito de preferência na estação chuvosa. Como o sistema radicular da pupunheira é superficial, é necessário cuidado no manejo de plantas invasoras e evitar capinas que venham a causar injúrias nas raízes." A partir do primeiro corte (o menos produtivo), entre 18 e 24 meses do plantio, entra-se numa fase de cortes sucessivos e anuais. Mais informações no Instituto de Botânica, tel. (0--11) 5073-6300.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.