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Com exportação de carne em alta, cooperativa paranaense Frísia investe em gado de corte

Empresa especializada em pecuária leiteira projeta faturamento de até R$ 8 milhões em 2023 com nova atividade

colunista convidado
Foto do author Coluna  Broadcast Agro
Por Coluna Broadcast Agro

A cooperativa paranaense Frísia, especializada em pecuária leiteira, passou a investir em setembro também em gado de corte, aproveitando o bom momento do setor, especialmente para a exportação de carne. Jefferson Pagno, gerente de Negócio Bovino, projeta para 2023 faturamento de até R$ 8 milhões com a nova atividade e um rebanho total de pelo menos 50 mil bovinos, entre cria, recria e engorda. As boiadas estão sendo criadas em parceria com cooperados no Tocantins – com produção de bezerros e gado criado em sistema de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) – e no Paraná, com animais alimentados a pasto e também com grãos, em confinamento. Até agora, parte dos cooperados no Norte e no Sul aderiu à iniciativa.

Solo ocupado o ano todo

O foco na ILPF no Tocantins não é por acaso, diz Pagno, pois a estação seca limita a manutenção de animais no pasto. Já o sistema integrado com agricultura e floresta, em 10 mil hectares, de 32 mil, permite conservar e aproveitar melhor o solo, além de garantir renda extra.

Gado de cooperado da Frísia; empresa é focada em pecuária leiteira Foto: Rodolfo Buhrer/La Imagem

Aprimorar o que começou bem

Para 2023, a Frísia quer focar no aumento da eficiência da pecuária de corte tanto no Tocantins quanto no Paraná, para só depois pensar em ampliar o projeto para outras regiões, antecipa Pagno. Em faturamento total, a cooperativa espera crescer 15% neste ano, após fechar 2021 com R$ 5,202 bilhões, 40,1% acima de 2020.

Promissor

O Ybirá, projeto da Ecosecurities que vai restaurar áreas degradadas no Brasil e gerar créditos de carbono pela captura do gás pelas árvores, foi bem recebido por investidores na COP-27, conferência da ONU sobre mudanças climáticas. Mariama Vendramini, diretora da empresa no Brasil que voltou do evento no Egito, diz que a iniciativa despertou interesse por gerar crédito de remoção de CO2 – há também os créditos de redução. “Quem tem meta net zero (compensar todas as emissões) valoriza crédito de remoção.”

Ganha-ganha

O Ybirá quer restaurar 56 mil hectares, até 2030, em propriedades rurais, assentamentos e outras áreas em Mato Grosso, Rondônia, Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo. Com o crescimento das florestas, serão retirados 15 milhões de toneladas de carbono da atmosfera em 30 anos. Para o trabalho, a Ecosecurities, pioneira no mundo em projetos de crédito de carbono, deve captar R$ 1,5 bilhão. “Investir agora é uma forma de comprar créditos mais baratos”, explica Mariama, referindo-se à demanda futura.

Sinal vermelho

O setor produtivo está preocupado com a antecipação, por 14 gigantes do agronegócio, da meta de eliminar o desmatamento em suas cadeias de gado, soja e palma de 2030 para 2025, compromisso assumido na COP27. “Quais serão os impactos e como as empresas executarão essa meta ambiciosa?”, indaga Marcos Jank, coordenador do Insper Agro Global. Segundo ele, o maior desafio será avançar no rastreamento dos fornecedores indiretos. “Na pecuária, a maioria dos bezerros que estão nascendo hoje será abatida em 2025 e ainda não é mapeada”, pondera.

Cautela

Jank avalia que o cumprimento da meta exigirá das companhias mais adoção de tecnologia para rastrear fornecedores indiretos e cooperação na cadeia – cooperativas, cerealistas e criadores de boi magro. Outro ponto diz respeito ao Código Florestal, que permite supressão de áreas conforme o bioma. “Mesmo que o desmatamento seja legal, o produtor não poderá vender para essas indústrias.”

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Cá ou lá

O futuro governo ainda não definiu se o seu ministro da Agricultura terá perfil político ou técnico. “Por técnico, entende-se um perfil como o do ex-ministro Roberto Rodrigues (gestão Lula 2003-2006), mas há dificuldade de encontrar nome aliado que seja técnico e reconhecido pelo setor”, diz uma fonte que acompanha as tratativas. De perfil político, cogita-se algum parlamentar com trânsito na bancada ruralista

Diálogo com China pode evitar restrição ambiental

O Brasil tem de mostrar à China que produz de forma sustentável, diz Larissa Waccholz, sócia-diretora da Vallya Agro. Segurança alimentar é prioridade para os chineses, diz, mas o país pode ser influenciado pela Europa, que discute restringir produtos brasileiros ligados ao desmatamento. Diálogo proativo é necessário, afirma.

Misturas B14 e B15 estão na mira do setor de biodiesel

Integrantes do mercado de biodiesel esperam definições sobre a mistura obrigatória para 2023 na próxima reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), no domingo (20). É aguardado porcentual de 14% (B14) até fevereiro e 15% (B15) a partir de março. O tema se tornou um entrave desde que o governo fixou o mix em 10% para 2022.

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