A Mauá Capital, gestora que tem como sócio o ex-diretor do Banco Central, Luiz Fernando Figueiredo, está fazendo uma reestruturação. Resolveu reduzir a área de multimercado, fundos que não estão conseguindo entregar o retorno esperado, segundo a Mauá, em nota. O objetivo é priorizar a economia real, com a área de mercado imobiliário, que já representa 80% dos cerca de R$ 5 bilhões dos ativos sob gestão da Mauá.
"Tomamos decisões importantes para focarmos e continuarmos crescendo nas áreas que estão dando maior retorno para a empresa e para seus investidores", afirma a nota. "Para isso, foi necessário fazer um downsizing na área de gestão de fundos multimercados."
Fundos multimercados da gestora chegam a registrar perdas de quase 15% no ano, caso do Mauá Capital IPCA Hedge FIC FIM, que perde 14,5%, embora em um prazo maior, de 36 meses, ganhe 26%, segundo dados do próprio site da Mauá. Já o Mauá Macro FIC FIM acumula perda de 8,45% este ano.
A Mauá diz que os últimos três anos foram "muito desafiadores" e, apesar do esforço, "não conseguimos gerar a consistência nestes produtos da forma que os nossos clientes merecem", afirma a nota, falando dos multimercados.
Com a mudança, a Mauá está reduzindo e mudando o perfil da gestão destas carteiras para alocação em ativos "dentro de limites bem definidos de volatilidade". Assim, a área será menor e com uma gestão de mais longo prazo nas mãos do próprio Figueiredo.
Gestora priorizará ações e setor imobiliário
A Mauá já vem procurando investir mais nos últimos anos em ativos da economia real, como o setor imobiliário e ações. Recentemente, colocou os pés no segmento de infraestrutura, com um primeiro fundo voltado à área de saneamento.
Outro segmento de interesse da gestora é a ESG, sigla em inglês para compromissos sociais, ambientais e de governança. "Além de estarmos nos adequando completamente aos padrões de sustentabilidade internamente, estamos muito avançados em trazer soluções a grandes empresas para que elas possam ajudar seu ecossistema a se desenvolver, evoluir de forma sustentável."
Na área de investimentos alternativos, a Mauá promete lançar em breve um novo produto de crédito estruturado, além de buscar mais fintechs para investir. Hoje já investe em duas dessas empresas, Pontte e Marvin, ambas de crédito. A Mauá tem atualmente 65 pessoas, das quais 30 são sócias.
Esta reportagem foi publicada no Broadcast+ no dia 02/09/2021, às 22:17:03.
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