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Bastidores do mundo dos negócios

Winity diz que, apesar de risco, não planeja devolver licença de 700 MHz

Empresa do Pátria havia afirmado a autoridades públicas que pode ficar inviável se não receber aval para acordo com Telefonica

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Por Circe Bonatelli (Broadcast)


Winity arrematou a faixa de 700 MHz por R$ 1,4 bilhão em leilão em novembro de 2021 Foto: Dida Sampaio/Estadão

A Winity, empresa de telecomunicações da gestora de recursos Pátria, emitiu nota afirmando que não planeja devolver a autorização obtida, via leilão, para operar a faixa de 700 MHz. A manifestação veio após a Coluna do Broadcast mostrar que a empresa afirmou às autoridades públicas que corre o risco de ficar inviável e, na pior das hipóteses, até devolver a faixa de 700 MHz, caso não receba aval para seguir adiante no compartilhamento de redes acertado com a Telefônica Brasil (dona da Vivo).

“A empresa reforça que, apesar de o acordo ser fundamental para a sustentabilidade da operação no modelo de atacado, não há nenhuma intenção de devolver a autorização obtida para operar a faixa de 700 MHz. A Winity seguirá envidando todos os seus esforços para honrar integralmente os compromissos assumidos perante a Anatel, atuando de forma pró-competitiva e em prol do desenvolvimento do setor”, escreveu.

Empresa diz confiar na viabilidade do acordo com Telefônica

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A Winity Telecom afirmou ainda que tem confiança na viabilidade do acordo firmado com a Telefônica, que se encontra em análise pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), seguindo os trâmites normais de um processo de anuência prévia. “O acordo tem total aderência às regras do edital do Leilão do 5G e à regulamentação vigente, além de estar alinhado às exigências concorrenciais do mercado”, argumentou.

A Winity surpreendeu o mercado pelo tamanho do seu apetite no leilão das faixas de 4G e 5G em 2021. A empresa arrematou a frequência de 700 MHz com um lance de R$ 1,4 bilhão, o que implicou um ágio de 806%. A proposta deixou bem para trás os concorrentes - a Highline do Brasil, do fundo norte-americano Digital Bridge; e a operadora Datora, que apresentaram propostas de R$ 333 milhões e R$ 318 milhões, respectivamente. Na ocasião, a Winity também assumiu o compromisso de investir mais R$ 3,7 bilhões para implantar 5 mil torres de 4G em 35 mil quilômetros de rodovias, conforme previa o edital do certame.

Negócio com Telefônica entrou na mira da Anatel

Criada em 2020 para ser fornecedora de soluções no atacado para as operadoras de internet, a Winity deu sua primeira grande tacada em agosto, quando fechou um acordo para compartilhamento da faixa de 700 MHz com a Telefônica. Mas o negócio entrou na mira da Anatel porque o edital impedia as grandes teles de disputarem o 700 MHz justamente porque já têm lotes dessa faixa em seus portfólios. O leilão visava atrair mais operadoras para o mercado, de modo que o acordo com a Telefônica poderia configurar uma forma de burlar o sistema, segundo apurou a Coluna com membros da agência reguladora.

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Recentemente, a Winity encaminhou seu plano de negócios ao Cade afirmando ali que, sem o acordo com a Telefônica, a empresa não ficaria de pé porque o desenvolvimento das redes exige escala. “A não concretização da operação inviabilizaria a atuação da Winity como operadora de atacado, impedindo, consequentemente, a criação de um modelo inovador de negócios”, descreveu em um trecho. “A Winity não seria capaz de cumprir compromissos de cobertura dentro do prazo necessário e de forma financeira e economicamente sustentável, podendo levar, no limite, à devolução do espectro à Anatel”, escreveu, em outro.


Esta nota foi publicada no Broadcast no dia 16/11/2022, às 17h54

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