BRASÍLIA E SÃO PAULO - O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta quinta-feira, 22, que a autarquia chegou “muito próxima” de intervir no mercado de câmbio durante o período mais agudo de desvalorização do real, mas acabou optando por não fazê-lo.
As declarações ocorrerem em um dia em que o dólar disparou quase 2%, após encerrar em leve queda de 0,02% na véspera. Nesta quinta-feira (22), a moeda americana fechou em alta de 1,98%, cotada a R$ 5,5904. A cotação foi insuflada pelo fortalecimento global da moeda americana e pelo avanço das taxas dos Treasuries — e, para analistas de mercado, também certo desconforto com a comunicação do Banco Central brasileiro.
Em evento da Fundação Getulio Vargas (FGV), nesta quinta-feira, Galípolo afirmou: “Vários diretores, inclusive eu e o presidente Roberto Campos (Neto), dissemos que só atuamos em função de alguma disfuncionalidade no mercado de câmbio, porque nós não perseguimos nenhum nível, nem patamar, de câmbio”.

Galípolo disse que parte do mercado interpretou erroneamente essa afirmação, considerando que o BC estaria “autorizando” apostas contra o real.
“De maneira nenhuma a gente quer passar uma ideia de que o BC não está analisando, pelo contrário: a gente dialoga com bastante frequência sobre como está se comportando o mercado de câmbio, sempre na linha de que a gente não tem nenhum tipo de defesa de nível, e sim de entender a funcionalidade do mercado”, afirmou.