Financeiras e especialistas em crédito consideram que a inadimplência continua alta para esta época do ano, mas está sob controle. Pesquisa realizada pela Tendências Consultoria Integrada mostra que a inadimplência teve um pequeno recuo de setembro para outubro. O índice, que leva em conta os carnês recebidos menos os carnês recuperados em relação às vendas de três meses anteriores e que desconsidera a influência sazonal, era 8,6% em setembro e recuou para 8,2% no mês passado. "Isso é bom sinal", avalia a economista da Tendências, Zeina Latif. Ela diz que, com a queda do calote, abre-se um espaço para a recuperação das vendas neste fim de ano. Segundo ela, o fator que está sendo responsável pelo arrefecimento da inadimplência é a cautela, tanto por parte do consumidor como das financeiras em aprovar os financiamentos. Zeina pondera também que, com a contração da renda disponível para consumo e os juros elevados, fica ainda mais difícil uma redução mais substantiva na inadimplência. O diretor Comercial e de Marketing da Losango, Leonel Andrade, diz que o índice de atraso está estabilizado, apesar de ser superior ao registrado em igual período do ano passado. O atraso acima de 180 dias dos créditos a receber está em 10,2%, ante os 9% de setembro de 2000. "Houve uma pequena recuperação do calote em outubro", diz o vice-presidente da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira. Na sua avaliação, daqui até o fim do ano o medo de um repique do calote deve diminuir, com a recuperação no nível de atividade e a percepção de que o cenário não é desfavorável. Prestações Para atrair clientes já interessados nas compras de presentes para as festas de fim de ano, algumas lojas têm diminuído as exigências, tornando mais fácil o acesso ao crédito. A agente escolar Ivanice Ferreira da Silva, de 55 anos, adquiriu um aparelho de som que pagará em 12 prestações. "Em cinco minutos estava tudo pronto", relata.