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Lei de bioterrorismo dos EUA não assusta mais exportadores

Por Agencia Estado
Atualização:

Exatamente dois meses depois de ter entrado em vigor, a lei norte-americana do bioterrorismo, gerada a partir dos ataques às torres gêmeas do World Trade Center, no dia 11 de setembro de 2001, não assusta mais os exportadores. "Não tenho notícias de empresa que tenha enfrentado dificuldades para exportar seus produtos para o mercado norte-americano", disse Carlo Barbieri, presidente da Oxford Street, empresa de consultoria que tem parceria com a Câmara Americana de Comércio (Amcham) e que atua em Miami. De acordo com ele, 180 mil empresas do mundo todo das 205 mil previstas inicialmente se cadastraram na Food and Drug Administration (FDA), uma das três exigências para quem quisesse continuar exportando alimentos para consumo humano e animal aos Estados Unidos. Do Brasil, eram esperados 2 mil cadastros, sendo que a Oxford e a Amcham foram responsáveis por mais de 500. "Está se cumprindo o que era esperado", contou Barbieri à Agência Estado, por telefone de Miami. Quem não se cadastrasse até o dia 12 de dezembro do ano passado ficaria de fora do maior mercado consumidor do planeta e ainda corria o risco de ver sua mercadoria apreendida e, depois, incinerada. Barbieri comentou ainda que a FDA recebeu verba complementar de US$ 30 milhões para treinamento de pessoal, novas contratações e aquisição de equipamentos para atender melhor às empresas que exportam para o mercado norte-americano e fazer com que a Lei do Bioterrorismo não se transforme em "terrorismo" para as companhias. "Até agora, passados dois meses, não tenho conhecimento de notícias negativas ou de alguém que tenha tido a sua mercadoria apreendida", afirmou. Vale lembrar que cerca de 280 milhões de contêineres de alimentos são desembarcados nos EUA a cada ano. Para ele, a única dificuldade é quanto à adaptação das empresas a normas para embalagens e transporte dos alimentos, que são mais limitadores do que a própria lei, mas nada que traga prejuízo para os exportadores. Barbieri lembrou, por exemplo, que o entusiasmo e a vontade das empresas brasileiras para entrar no mercado norte-americano são cada vez maiores e isso vem ficando claro com a proximidade da Fispal 2005, uma das maiores feiras de alimentos que será realizada em maio do próximo ano em Miami. Além do cadastro exigido pelo FDA, as empresas precisam também de um agente ou representante residente nos Estados Unidos que se responsabilize juridicamente pelo produto e pela empresa. O Brasil exporta US$ 17 bilhões para os Estados Unidos, dos quais cerca de US$ 5 bilhões se referem a produtos do setor de agribusiness que já estão sendo enquadrados na Lei do Bioterrorismo.

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