PUBLICIDADE

Publicidade

Bovespa abre em baixa de olho no exterior

Ambiente segue indefinido no mercado internacional, após os dados divulgados na China sobre inflação e atividade deixarem embaralhado o cenário sobre a política monetária no gigante asiático

Por Olivia Bulla e da Agência Estado
Atualização:

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu o dia em baixa, sem conseguir engatar sua quarta alta seguida. O ambiente indefinido no mercado internacional pode reduzir o ímpeto dos negócios locais, após os dados divulgados na China sobre inflação e atividade deixarem embaralhado o cenário sobre a política monetária por lá. Às 10h22, o índice Bovespa (Ibovespa) caía 0,87%, aos 64.314 pontos. Os indicadores econômicos divulgados em Pequim apresentaram uma moderada desaceleração da inflação chinesa em abril, embora ainda em níveis elevados, . Além disso, a produção industrial do gigante emergente mostrou-se mais fraca que o esperado, desenhando um mosaico sobre os próximos passos da condução dos juros no país. O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) na China subiu 5,3% em abril, em base anual, enquanto os preços ao produtor (PPI) avançaram 6,8%. Os resultados ficaram abaixo das estimativas de alta de 5,2% e 7,3%, respectivamente. Já a produção industrial cresceu 13,4% no mês passado, em relação a um ano antes, abaixo da previsão de alta de 14,5%.Para o analista da Um Investimentos, Eduardo Oliveira, os dados divulgados na China mostram que a inflação desacelerou, mas ficou acima dos 5% na variação anual, sugerindo que mais apertos monetários podem estar próximos. Enquanto isso, a produção industrial aponta para uma desaceleração leve da atividade chinesa, mostrando que o ciclo de alta dos juros no país já está surtindo efeitos e não há uma freada brusca na economia.NO entanto, os dados ainda estão sendo digeridos e a percepção é de que ficou embaralhada a situação na China. As análises sobre os resultados variam: alguns dizem que Pequim terá de elevar mais os juros para combater a alta dos preços, enquanto outros avaliam que a desaceleração da atividade já fará esse trabalho, sem a necessidade de novos apertos. Desde outubro do ano passado, a China aumentou os juros quatro vezes, além de ter elevado o compulsório por sete vezes no período. Em relatório, o Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco avalia que, "daqui para frente, esperamos que o ciclo de aperto seguirá ao menos neste segundo trimestre, com mais uma subida do compulsório e duas altas da taxa de juros, além das operações de mercado aberto e de controle rígido sobre as concessões bancárias".Portanto, se ontem a balança comercial chinesa serviu de pretexto para a Bolsa engatar sua terceira sessão seguida de alta, acumulando alta de 2,32% no período, hoje a história pode ser diferente. Contudo, os efeitos dos dados chineses sobre o mercado local podem ter impacto maior sobre as ações das empresas brasileiras produtoras e exportadoras de matérias-primas. Assim, setores ligados à demanda doméstica, como bancos e construção civil, podem exibir uma performance melhor, aliviando a pressão sobre os negócios e estimulando a caça por pechinchas.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.