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Portugueses voltam a investir no Nordeste

Por Agencia Estado
Atualização:

O grupo Espírito Santo, um dos mais importantes de Portugal, decidiu abrir uma nova temporada de investimentos no Brasil. Dono de bancos e hotéis, sócio de empresas como a Portugal Telecom e o Bradesco, o grupo acaba de comprar o resort da Praia do Forte, localizado na Bahia. Esse é o primeiro de uma série de investimentos que o grupo prevê em hotéis, resorts, condomínios e participações financeiras em empresas no País. "Nossa meta é ganhar muito dinheiro no Brasil", disse, em tom de brincadeira, Ricardo Espírito Santo, presidente do banco de investimentos da família (BES) no País. O grupo tem um apreço especial pelo Brasil. Nos anos 70, o governo português estatizou os bancos durante a Revolução dos Cravos. A família deixou o país e se dividiu entre o Brasil, a Suíça e a Inglaterra. "Tivemos de recomeçar os negócios", diz Ricardo. Três décadas depois, o grupo está em 30 países. Na Europa, seu valor de mercado supera R$ 16 bilhões. O grupo é sócio da Portugal Telecom, uma das controladoras Vivo. No Brasil, a família é dona de 3,8% do Bradesco. Também tem 22% do grupo Monteiro Aranha(que participa da Klabin e do grupo Ultra), 10% da Accor Brasil (hotéis), 15,8% da Bradespar (que participa da Vale do Rio Doce). Tem 12 mil cabeças de gado no Brasil e 40 mil no Paraguai. Novo resort A lista de negócios no País vai aumentar. Ao comprar o resort da Praia do Forte, o Espírito Santo iniciou uma ofensiva na área de turismo. O grupo não revela o quanto pagou, mas estima-se que tenha sido mais de R$ 60 milhões. "No Brasil, os vendedores não gostam de falar publicamente de números, seja por causa do imposto de renda, seja para esconder dos herdeiros ou por segurança", diz Ricardo. O resort da Praia do Forte foi criado pelo empresário paulista Klaus Peter, tem 304 apartamentos, oito piscinas e quatro restaurantes, num terreno de 6.600 hectares à beira do mar. É muito freqüentado por turistas portugueses, entre eles autoridades como o presidente Cavaco Silva e empresários como o dono do grupo Sonae, Belmiro Azevedo. Além do Praia do Forte, o grupo português investe R$ 60 milhões na construção de outro resort, em Guarajuba, também na Bahia. Ao lado, pretende construir condomínios com casas para turistas europeus, que poderão usar os serviços do resort quando estiverem no Brasil. "O Brasil não tem terrorismo nem tsunami", disse Ricardo. E quanto os problemas de segurança? "Eles são controláveis. Colocamos uns seguranças com os braços cruzados na praia e a entrada fica limitada." Dono de 14 hotéis de alto padrão em Portugal, o grupo quer firmar parcerias no Brasil para ser o administrador de empreendimentos. Dentro de três anos, o grupo quer ter oito hotéis em capitais brasileiras, a começar por cidades do Nordeste, Rio e Brasília. O grupo também planeja investimentos imobiliários no litoral brasileiro, principalmente no Nordeste. "O preço dos 'pé na areia' (imóveis na beira da praia) já subiu bastante, mas no resto ainda há espaço para valorização. O Brasil tem muito litoral", disse Ricardo.

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