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Mesmo com recuo nas vendas, preço de eletrônico subiu

Em 2016, produtos ficaram, em média, 20% mais caros, enquanto a quantidade vendida caiu 16%, aponta pesquisa

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Por Márcia De Chiara
Atualização:

As vendas de aparelhos eletroeletrônicos no varejo despencaram em número de unidades pelo segundo ano seguido, afetadas pela crise. A queda nas quantidades ocorreu em todos os segmentos – eletrodomésticos, aparelhos de imagem e som, eletroportáteis, telefonia e informática, resultando num recuo de 16% nos volumes ante 2015. 

Apesar da queda nas quantidades vendidas, os preços não recuaram: na verdade, subiram, em média, 20%. Houve aumento de preços na casa de dois dígitos em quase todos os segmentos, exceto para a linha branca, que ficou 6% mais cara. Com isso, a receita total do varejo teve um pequeno acréscimo de 1% no ano passado. Em 2016, o mercado de eletroeletrônicos movimentou R$ 90 bilhões no varejo, ante R$ 89 bilhões em 2015.

Mercado de eletrônicos 

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As TVs mais sofisticadas Ultra HD (High Definition) e os smartphones de tela grande e 4G puxaram o faturamento. Foi a maior procura do consumidor por eletroeletrônicos sofisticados que atenuou as perdas, uma vez que o crescimento de 1% é nominal, isto é, não leva em conta a inflação do período, de 6,3%. Os dados de vendas no varejo foram apurados pela consultoria GFK, que fez um recorte especial da pesquisa para a Eletrolar Show, feira que reúne a indústria em meados do ano.

“O pior ano do varejo de eletroeletrônicos foi 2015”, afirma Gisela Pougy, diretora da GFK e responsável pela pesquisa que acompanhou as vendas de 80 categorias de produtos nas lojas online e físicas em todo o País. É que em 2015 houve retração tanto no volume (-16,5%) quanto na receita (-15%).

Gisela explica que o desempenho do faturamento ficou no terreno positivo este ano, pelo menos em termos nominais, porque os produtos com maior inovação tecnológica e mais caros foram os mais vendidos.

Ela destaca que o segmento de telefonia, que ampliou de 38% em 2015 para 43% em 2016 sua fatia na receita – o único que aumentou participação –, foi puxado sobretudo pelos smartphones 4G, cujas vendas mais que dobraram (117%) em um ano. Outro destaque foi a TV Ultra HD, mais cara e que registrou crescimento de vendas de 96%, enquanto o televisor comum teve forte queda.

Geladeira. Gisela argumenta que as inovações nos eletrodomésticos da linha branca, como geladeiras, lavadoras, por exemplo, não têm tanto apelo para o consumidor quanto um smartphone 4G ou uma TV Ultra HD. “Muitas vezes, as pessoas deixam de pagar aluguel, mas compram smartphone”, diz, ponderando que o celular virou item de primeira necessidade e ferramenta de trabalho.

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A pesquisa mostra, por exemplo, que a participação dos itens que têm muita inovação tecnológica dobrou no faturamento global entre os eletroeletrônicos vendidos em 2016. Essa fatia era 18% em 2015 e subiu para 37%. 

Outra constatação da pesquisa é que os preços dos eletroeletrônicos nas lojas online são, em média, de 10% a 12% menores do que nas lojas físicas. Em 2016, as lojas virtuais responderam por 21% do volume de vendas.

Lourival Kiçula, da Eletros, que reúne fabricantes de eletroeletrônicos, diz que a queda nas vendas da indústria ao comércio foi “bastante substancial” em 2016. Mas em janeiro, diz, alguns segmentos cresceram. “2017 será um ano de recuperação.”

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