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Ministro de Minas e Energia faz coro a críticas de Lula e pede sensibilidade a BC para baixar juro

Alexandre Silveira diz que defesa de redução da Selic não é ‘embate’, mas ‘posição de governo’ que vem desde a campanha e que continua como algo ‘extremamente legítimo’

Foto do author Eduardo Gayer
Por Eduardo Gayer

BRASÍLIA – O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, endossou as críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Banco Central e pediu “sensibilidade” ao banco para reduzir a taxa básica de juros no País.

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Insatisfeito com o Banco Central, que na semana passada manteve a Selic em 13,75% ao ano, Lula tem protagonizado uma ofensiva sobre o presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, também pelo fato de ver nele um bolsonarista no governo.

“O presidente Lula sabe que a diminuição da taxa de juros facilita e impulsiona o emprego e a renda, facilita os investimentos e consequentemente, facilita um ciclo virtuoso. É o que ele tem deixado claro de forma contundente”, declarou Silveira no Palácio do Planalto.

“Não é embate [com BC], é posição de governo, que ele [Lula] teve na campanha e agora continua tendo, o que é extremamente legítimo. Espero que sensibilize o Banco Central para que possamos realmente, na medida do possível, diminuir a taxa de juros”, acrescentou.

Petrobras

Silveira afirmou que o governo federal ainda não fechou qual será a mudança na política de preços da Petrobras desejada por Lula. A discussão deve ser aprofundada nas próximas semanas e debatida “com serenidade”, disse o ministro de Minas e Energia. “Nada sobre política de preços da Petrobras pode ser afirmado como decisão de governo”, afirmou.

Ele disse que Lula quer revisar a política de investimento da Petrobras e a paridade de preços internacionais adotada pela estatal precisa ser discutida “com transversalidade” no governo. “Toda política de preços tem causas e consequências”, disse.

Silveira afirmou que o governo federal ainda não fechou qual será a mudança na política de preços da Petrobras desejada por Lula Foto: Daniel Teixeira/Estadão - 24/01/2023

De acordo com Alexandre Silveira, os nomes de conselheiros da Petrobras ainda não foram definidos e o governo escalou um “headhunter”, especialista em recrutamento, para buscar bons quadros para as vagas.

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“O presidente sempre se manifestou na possibilidade de revisão no plano de investimentos da Petrobras. Isso sim. Agora, política de preços é uma discussão que vai se aprofundar nas próximas semanas”, disse.

Eletrobras

O ministro de Minas e Energia fez coro às críticas do presidente Lula às privatizações da Eletrobras e afirmou que os termos do processo deixaram o Estado brasileiro em desvantagem.

Ontem, Lula anunciou que a Advocacia-Geral da União (AGU) vai entrar na Justiça contra as cláusulas do processo de privatização da Eletrobras. Ele citou a trava para reestatização da empresa, que exige o pagamento do triplo da maior cotação do papel alcançada em dois anos para fazer uma oferta pelas ações ordinárias.

“Concordo que os termos da privatização deixaram o Estado brasileiro em desvantagem, apesar dos modelos de corporações hoje no mundo terem esse mesmo formato”, declarou o ministro. “Mas o fato é que isso foi aprovado no Congresso Nacional, essa é a natureza da Eletrobras hoje”, ponderou.

Silveira tentou se distanciar do assunto e afirmou que questionamentos jurídicos sobre o tema cabem à AGU. Em seguida, contudo, declarou ser preciso cobrar da Eletrobras e de “outros players nacionais” políticas públicas para o povo brasileiro.

O ministro de Minas e Energia afirmou que tem poder regulatório no ministério e quer continuar avançando na matriz de energia renovável e limpa. Em meio à crise dos ianomâmis, ele também quis diferenciar mineração de garimpo ilegal.

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