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Incorporadoras exploram lazer no topo dos prédios e rebatizam terraço como rooftop

Uso de espaço cumpre uma função importante de oferecer bem-estar aos frequentadores do empreendimento e é uma tendência forte para os próximos anos.

Foto do author Circe Bonatelli
Por Circe Bonatelli (Broadcast)

As incorporadoras têm investido mais em itens de bem-estar no topo dos prédios, o que se consolidou como um novo atrativo para conquistar os compradores de imóveis nas grandes cidades brasileiras. Os espaços ganharam piscina de borda infinita, churrasqueira, sofás para bate-papo e o principal: a vista da cidade.

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Esse tipo de iniciativa serve para turbinar os condomínios erguidos em terrenos pequenos e sem espaço para lazer no térreo. Além disso, ajudam a valorizar os empreendimentos como um todo, dizem os empresários.

O movimento veio também acompanhado de uma transformação da nomenclatura desses locais. O terraço passou a ser chamado pelo termo em inglês rooftop nas peças publicitárias. O conceito é importado dos Estados Unidos e da Europa, onde o aproveitamento do terraço para lazer é bastante comum, tanto nos edifícios residenciais quanto comerciais. Aqui no Brasil, essa prática se propagou mais recentemente, embora existam exemplos clássicos, como o Terraço Itália, dos anos 1960.

Piscina em edifício que será construído pela Cyrela em São Paulo Foto: Cyrela/Estad

“Usamos o termo rooftop, mas não somos apegados a isso. Podem chamar de terraço ou de varanda, tanto faz. O mais importante é oferecer aos moradores um espaço de vivência e de contemplação”, disse o diretor comercial da incorporadora Helbor, Marcelo Bonanata. “A gente sabe o quanto adensada é a cidade de São Paulo em algumas regiões. Então, fomos em busca de alternativas para aproveitar os espaços que são pequenos.”

Para o diretor de relações com investidores da incorporadora Eztec, Emílio Fugazza, o uso do termo em inglês neste caso reflete uma necessidade de o mercado imobiliário exprimir um conceito novo, que o termo em português talvez não comportasse, na sua visão. “Não estamos falando do terraço tradicional. Esse novo conceito traz itens que não estavam lá antes. Estamos mudando o espaço, a forma de usar e o entendimento que se tem dele”, explicou.

O estudioso de tendências do mercado imobiliário Felipe Cavalcante, presidente de honra da Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico (Adit) e fundador da consultoria Matx, ponderou que a escolha de determinados termos é uma forma de as empresas agradarem os clientes. E cada cliente tem um gosto.

“Os intelectuais podem até não gostar do termo rooftop. Mas as incorporadoras não colocariam esse nome se as pessoas não gostassem e se isso não ajudasse nas vendas”, afirmou. “A sociedade é diversa, ninguém é dono da verdade”, ressaltou, lembrando que já houve uma onda de prédios com nomes em francês (Jardins de Provence, Maison La Frontière, entre outros).

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Lançamentos vão ocupar o topo dos edifícios de forma sofisticada Foto: Perspectiva/Cyrela

Independente do termo em si, Cavalcante apontou que o uso do topo dos prédios cumpre uma função importante de oferecer bem-estar aos frequentadores daquele empreendimento e que é uma tendência forte para os próximos anos. Na sua avaliação, isso será cada vez mais comum, inclusive em prédios não residenciais. “No exterior, são comuns os rooftops de acesso público em prédios comerciais, com mirantes, bares e restaurantes. São uma coisa aberta para a comunidade. Não precisa ser caro nem restrito a um determinado número de pessoas”.

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