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Novo presidente da Anfavea defende o 'feito no Brasil', com nacionalização de itens como os chips

O executivo Márcio de Lima Leite acredita que a estratégia pode ajudar a indústria do País a ganhar competitividade para atender ao mercado interno, bem como exportar os itens

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Atualização:

Ao assumir o posto de presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) nesta segunda-feira, 2, em São Paulo, o executivo Márcio de Lima Leite destacou que uma de suas prioridades será a busca pela nacionalização de componentes estratégicos como semicondutores e transmissão automática.

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Em sua apresentação, ele destacou um selo com a frase “Feito no Brasil”, uma alusão ao slogan adotado há alguns anos pela indústria automobilística de Detroit, nos EUA, para recuperar a indústria automobilística local que vinha perdendo espaço no mercado para marcas internacionais como a Toyota.

Com a pandemia e a escassez de semicondutores, problema global que tem levado várias fábricas a paralisarem a produção, inclusive no Brasil, ele ressaltou que a nacionalização de itens importantes para os veículos faz parte da estratégia do setor de melhorar sua competitividade para atender o mercado interno e as exportações.

Márcio de Lima Leite, novo presidente da Anfavea, defende nacionalização de semicondutores e transmissão automática para veículos Foto: Divulgação/Anfavea

“É hora de ternos um olhar mais atento para isso”, disse Leite, para quem essa é uma tarefa da indústria e dos governos federal e estaduais. “Não se trata de buscar incentivos, mas de termos uma política industrial” para poder atrair fabricantes de componentes que hoje não são feitos no Brasil.

Nesta terça-feira, 3, o novo presidente da Anfavea vai seu reunir, em Brasília, com o ministro da Economia, Paulo Guedes, num encontro em que estarão todos os executivos das montadoras locais. “Vamos apresentar os investimentos que estamos fazendo, que são indutores da economia brasileira,apresentar sugestões e o que pensamos para a retomada da industrialização.”

Leite ressaltou que os investimentos da indústria automotiva somam R$ 105 bilhões entre 2014 e 2028 e que o ecossistema total do setor envolve 98 mil empresas e envolve mais de 1,2 milhão de empregos. “Temos senso de urgência em estabelecer prioridades”, afirmou ele, que tem 51 anos e é vice-presidente de Assuntos Jurídicos, Tributários e de Relações Institucionais da Stellantis na América do Sul. Ele sucedeLuiz Carlos Moraes, executivo da Mercedes-Benz do Brasil.

Além de dar continuidade às iniciativas da gestão anterior, como a pressão pela reforma tributária, outro foco de Leite será os trabalhos em pesquisa e desenvolvimento do etanol como um das fontes de geração de energia para carros elétricos, híbridos e a célula de combustível. “Não vamos apresentar só uma solução (para a eletrificação), queremos ser um grande player global com soluções que os outros países não têm.”

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